Título: PPS apóia Fruet e agora candidatos vão atrás do PDT
Autor: Madueño, Denise e Leal, Luciana Nunes
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/01/2007, Nacional, p. A6

O PPS decidiu ontem apoiar Gustavo Fruet (PSDB-PR) na disputa pela presidência da Câmara. Com isso, já são dois os partidos que aderiram à sua candidatura - ele conta ainda com a sanção oficial do PSDB. Com a decisão do PPS, o próximo alvo de todos os candidatos é o PDT, que elegeu 24 deputados e só vai definir sua posição na terça. A bancada tucana tem 64 deputados e a do PPS, 22.

Até agora, 12 bancadas decidiram quem vão apoiar. O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), conseguiu a adesão de PT, PMDB, PTB, PP e PL (que formou o PR, com o Prona). O atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), conta com PC do B, PSB e PFL.

O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), argumentou, ao anunciar a decisão da bancada, que o Legislativo precisa ser independente e Fruet foi lançado pelo grupo que defende uma candidatura não ligada ao Planalto. Participaram da reunião apenas nove deputados, mas Coruja afirmou que os demais foram consultados por telefone.

Fruet visitou ontem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). ¿Dou a bênção, mas isso não significa que eu esteja escolhendo um ou outro candidato. A CNBB deixa a decisão para a Câmara¿, afirmou o secretário-geral, d. Odilo Pedro Scherer. Ele disse esperar que ¿os parlamentares não percam a referência da sociedade e a Câmara não se volte para si mesma¿. O tucano disse que não esperava o apoio formal da CNBB e a visita tinha a intenção de reforçar sua bandeira do diálogo do Legislativo com a sociedade.

SESSÃO

Aldo anunciou que não vai presidir a sessão que vai eleger seu sucessor. Ela será comandada por Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Embora não haja impedimento regimental, Aldo preferiu não presidi-la, para demonstrar isenção, já que é candidato. ¿Obedeço ao regimento interno e a princípios que devem orientar uma eleição de caráter democrático¿, disse.

O regimento prevê que a sessão para a eleição da Mesa seja comandada pelo presidente anterior, caso tenha sido reeleito. Na sua ausência, o comando cabe ao deputado com maior número de mandatos. Alves tem 58 anos e assumirá seu 10º mandato como deputado federal no dia 1º. A sessão de posse, às 10 horas, será presidida por Aldo.

Em Belo Horizonte, onde se encontrou com deputados mineiros, Chinaglia disse acreditar que ainda é possível vencer a disputa no primeiro turno. Ele admitiu, porém, que a entrada de Fruet na disputa deve tirar votos dele e de Aldo. ¿Houve uma repaginação da disputa, mas continuo trabalhando para, se possível, ganhar no primeiro turno¿, contou.

Ele garantiu que não está preocupado com a possibilidade de racha na base aliada por conta da disputa entre ele e Aldo. ¿O ideal seria que tivesse havido um fórum da base aliada para escolher o candidato. Me submeteria a isso, como forma de demonstração de unidade entre os partidos. Se isso não ocorrer, vamos para a disputa.¿

Chinaglia disse ainda que, se eleito, não vai defender o reajuste de 90% dos salários dos deputados. ¿Não há mínima hipótese de conceder tal reajuste¿.