Título: PSDB cobra andamento das reformas tributária e política
Autor: Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/01/2007, Nacional, p. A5
A primeira reunião da Executiva do PSDB do ano foi marcada por uma série de críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em especial ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e às declarações dadas ontem pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que deixou escapar que o Planalto não está preocupado em aprovar as reformas política e tributária.
¿Um partido que dizia ter (foco) nas reformas tributária e política, depois de todos os escândalos de corrupção, agora diz que as reformas não têm mais importância. Isso é mais um engano. É um verdadeiro absurdo¿, reagiu o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).
Recém-chegado da Europa, Tasso fez duras críticas ao PAC e à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu anteontem em apenas 0,25 ponto porcentual a taxa básica de juros, a Selic.
Depois de quase duas horas de reunião, na sede do partido, em Brasília, o tucano anunciou que o PSDB vai apresentar na semana que vem um documento com críticas ao PAC de Lula, classificado por ele de ¿embrulho bonito sem nada dentro¿. ¿O PAC é uma série de equívocos, uma peça publicitária, é inócuo¿, afirmou. O presidente do PSDB também sinalizou que seu partido deverá votar contra pontos do programa no Congresso, tais como o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para investimentos em infra-estrutura.
O senador atacou ainda o fato de o programa de Lula colocar o investimento público como papel principal do agente de crescimento econômico. ¿Isso é um erro. Nunca funcionou em parte nenhuma do mundo. Todo mundo sabe que o grande agente de desenvolvimento é a iniciativa privada. Esta visão do PAC é equivocada, não vai dar em nada¿, comentou. ¿É uma visão equivocada, antiga, ultrapassada¿, frisou. Tasso também classificou de ¿equívoco grave¿ a intenção de indexação dos salários.
¿Com o PAC do Lula vamos ter crescimento econômico, infelizmente, mais uma vez muito menor do que o mundo inteiro e do que os países emergentes¿, disse o presidente do PSDB.
Tasso fez duras críticas ao Copom e avaliou que a tímida redução da Selic anteontem reflete o primeiro impacto negativo do programa federal para crescimento. ¿Isso foi o Banco Central assustado com o excesso de propaganda de investimento público. Já teve de diminuir a velocidade da queda do juro com medo do que o PAC pode causar. É o primeiro impacto negativo do PAC para o crescimento.¿
ENCONTRO
De acordo com o deputado Antonio Carlos Panunzio, novo líder da bancada tucana, o PSDB vai promover no dia 6 uma reunião com secretários da Fazenda de Estados para formular uma proposta que os governadores apresentarão ao Executivo.
Ainda segundo o deputado, é pouco provável que o Congresso resista à intenção do Planalto de prorrogar a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Isso porque parte dos recursos da CPMF financia gastos com saúde.