Título: Fiat dá sinais de recuperação e lucra 1,1 bilhão
Autor: Silva, Cleide
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/01/2007, Negócios, p. B9
Enquanto a Ford mundial afunda na crise, a italiana Fiat, que há alguns anos esteve em situação de quase falência, confirma sua recuperação. O grupo obteve lucro líquido de 1,151 bilhão em 2006, contra 1,420 bilhão no ano anterior, montante que incluía itens extraordinários como o aporte recebido da GM com o fim da parceria na área de motores e compras.
O lucro operacional chegou a 2 bilhões, duplicando o resultado do ano anterior. Já o faturamento líquido ficou em 52 bilhões, 11,4% a mais que em 2005. O resultado foi puxado pela divisão de automóveis, que conseguiu seu primeiro lucro anual desde 2000. O Grande Punto, modelo que deve chegar ao Brasil em breve, foi o destaque.
No Brasil, o grupo, que inclui empresas como Iveco, CNH e Magneti Marelli, teve receitas líquidas de R$ 19 bilhões, 14,5% a mais que em 2005, também puxado pela divisão de automóveis. O resultado financeiro da filial será divulgado em fevereiro, mas o presidente da empresa, Cledorvino Belini, já avisou que será ¿azulzinho claro¿. Em 2005, a montadora teve lucro de R$ 511 milhões no País.
A empresa informou ontem que prevê crescimento moderado da demanda de carros em 2007 no Brasil, a maior operação da marca fora da Itália e responsável pela maior parte da receita da matriz. O mercado brasileiro deve crescer cerca de 5% este ano, prevêem as fabricantes, contra 12,4% em 2006.
A Fiat italiana apontou 2006 como um marco do fim de uma luta de três anos para se recuperar de uma quase falência. A virada foi atribuída ao presidente-executivo, Sergio Marchionne. Ele conduziu parcerias que levaram a custos menores e fez o lançamento de novos modelos.
Em 2006, a Fiat teve o maior aumento de vendas entre montadoras da Europa e superou sua meta de conquistar 30% do mercado italiano. O grupo vendeu 2 milhões de unidades.
No Brasil, a marca vendeu 465,5 mil veículos, 15% acima de 2005 e manteve liderança no mercado, com 25,4% de participação em automóveis e comerciais leves. A divisão de máquinas agrícolas Case New Holland (CNH) aumentou em 42,8% a venda de tratores, para 4.196 unidades, mas a venda de colheitadeiras caiu 26,6% (479 unidades).
O vice-presidente da CNH, Francesco Pallaro, espera crescimento nos negócios de 10% este ano, ancorado no bom desempenho esperado em segmentos como o da cana. O cultivo de milho também deve crescer, de olho na intenção dos EUA de ampliar o uso de álcool combustível produzido com o grão.