Título: Tucanos aderem à prévia para presidenciável
Autor: Marchi, Carlos
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/01/2007, Nacional, p. A6

A primeira reação do PSDB à mudança de critério na escolha dos candidatos presidenciais do partido foi favorável. Muitos parlamentares tucanos ouvidos ontem pelo Estado apoiaram a idéia do senador Tasso Jereissati, presidente do PSDB, que apresentará à deliberação da Executiva do partido no segundo semestre um projeto estabelecendo prévias para escolher os candidatos presidenciais tucanos a partir de 2010.

¿Precisamos formar nossas candidaturas por um novo processo. Em 2002 e 2006 nós fracassamos e as nossas candidaturas tiveram uma taxa de solidariedade interna baixíssima¿, constatou o senador Sérgio Guerra (PE), ex-coordenador da candidatura Geraldo Alckmin. ¿Desse jeito, não vamos ganhar uma eleição presidencial nunca¿, disse ele, aplaudindo a iniciativa de Tasso. ¿Quanto mais abrirmos a decisão, melhor.¿

O futuro líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP) disse que é favorável à escolha do candidato em eleições primárias, mediante o voto de eleitores simpáticos ao partido. ¿A escolha do candidato não pode depender da opinião de dois ou três iluminados¿, afirmou.

O deputado Paulo Renato (SP) lembrou que após a redemocratização foi gradualmente reduzido o papel da militância nos partidos brasileiros. ¿Isso é péssimo, porque os mecanismos de decisão dos partidos devem espelhar o pensamento do eleitorado¿, afirmou ele, que é ¿amplamente favorável¿ a um sistema de consultas abertas.

O presidente da Fundação Teotônio Vilela, deputado Sebastião Madeira (MA), reconheceu que a escolha do candidato em 2006 ¿foi muito confusa¿ e provocou ¿pressões de toda ordem¿. Eleito pela primeira vez, o deputado Roberto Rocha (MA) aprovou o diagnóstico de Tasso e cobrou que o partido renove a sua direção, em 2007, contemplando as forças que nasceram da última eleição. ¿O PSDB precisa deixar de ser paulista¿, disse, lembrando que o PSDB maranhense dobrou sua bancada federal em 2006.

O deputado Albano Franco (SE) aderiu: ¿Quanto mais ouvir as bases, melhor.¿ O deputado Xico Graziano (SP), que não vai tomar posse porque é secretário do governo paulista, afirmou que o PSDB tem discutido pouco suas idéias e práticas. ¿Antes de discutir critérios de decisão, o partido precisa ter um comando¿, defendeu.