Título: Meta de 3,15% do PIB foi atingida no limite: 3,16%
Autor: Oliveira, Ribamar
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/01/2007, Economia, p. B3

Apesar da gastança em 2006, o governo federal conseguiu cumprir em cima a meta de superávit primário prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), de 3,15% do Produto Interno Bruto (PIB) para o governo central e as estatais federais. Além dos R$ 49,8 bilhões de economia obtidos pelo Tesouro e pela Previdência juntos, as empresas do governo federal contribuíram com mais R$ 16,3 bilhões, totalizando um superávit de R$ 66,1 bilhões - ou 3,16% do PIB, cerca de R$ 400 milhões acima da meta (considerando o PIB estimado pelo Tesouro, de R$ 2,09 trilhões).

Esse número pode diferir daquele que será divulgado hoje pelo Banco Central por causa das discrepâncias metodológicas na forma de apurar o resultado primário. Enquanto o BC estima o resultado pelas variações no endividamento do setor público, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento calculam o superávit pela diferença entre receitas e despesas. Ou seja, embora o governo federal tenha apurado uma pequena folga de 0,01% do PIB no cumprimento da meta de superávit, o BC pode mostrar números levemente diferentes. O 1,1% do PIB que falta para completar a meta total de 4,25% do PIB (de todo o setor público) é de responsabilidade dos Estados e municípios. Esse dado também será divulgado hoje pelo BC.

Ao apresentar os resultados do governo central, o secretário do Tesouro, Tarcísio Godoy, deu ontem indicações de que a meta de 3,15% do PIB poderia não ter sido atingida plenamente em 2006. Esse resultado só seria atingido se o governo não contasse como despesas os R$ 2,7 bilhões gastos no ano passado com o pagamento dos investimentos do chamado projeto piloto, ou PPI.