Título: Dívida chega a 50% do PIB, a menor desde 2000
Autor: Fernandes, Adriana e Graner, Fabio
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/02/2007, Economia, p. B3

A dívida líquida do setor público encerrou 2006 na marca exata de 50% do Produto Interno Bruto (PIB), melhor resultado de dezembro desde o fim de 2000, antes da crise cambial que marcou a transição do governo Fernando Henrique para o governo Lula. Comparando com o ano passado, a redução do índice de endividamento foi de 1,5% do PIB, apesar da piora do superávit primário.

Em 2005, a economia para pagar juros foi de 4,83% do PIB, mas a taxa básica (Selic), à qual os títulos públicos estão indexados, chegou a 19,05%, em média. Já em 2006, a queda da Selic média para 15,08% acabou compensando o menor esforço fiscal, de 4,32% do PIB.

Neste ano, as expectativas do mercado são de novas reduções na taxa básica, o que leva o BC a estimar uma queda da dívida pública para 48,8% do PIB. Mas isso se o governo conseguir superávit de 4,25%. Se a economia for menor, como o próprio governo vem sinalizando, a redução da dívida deve ser menor. A menos que o ritmo de queda nos juros acelere além do previsto pelo mercado.

No fim de 2002, com a crise cambial que antecedeu a posse do presidente Lula, o índice de endividamento alcançou 55,5% do PIB. Nos últimos quatros anos, esse porcentual vem sendo reduzido, e o perfil da dívida, alterado substancialmente.

Os números do BC mostram que os juros sobre a dívida pública indexados à Selic caíram de R$ 93,8 bilhões em 2005 para R$ 70,6 bilhões. Já os juros sobre títulos atrelados ao IPCA subiram de R$ 1,2 bilhão para R4 16,4 bilhões. E os juros de empréstimos corrigidos pela taxa de juros de longo prazo (TJLP) caíram de R$ 10 bilhões para R$ 8,4 bilhões.