Título: Agripino aceita derrota e afirma que não foi traído
Autor: Samarco, Christiane e Costa, Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/02/2007, Nacional, p. A8

O candidato derrotado à presidência do Senado, José Agripino (PFL-RN), esperava ter pelo menos os 30 votos de seus companheiros de partido e dos tucanos. Recebeu 2 a menos, 28, mas depois da eleição não quis comentar se houve traições. 'Política se faz com a seqüência dos fatos. Agredir com a palavra traição não é positivo e eu não farei isso. Resultado de eleição não se discute. Aceita-se.'

Agripino avaliou que, como candidato do Planalto, Renan Calheiros (PMDB-AL) usou as armas que tinha. Indagado sobre quais seriam essas armas, o senador respondeu que se referia a favores do governo.

Na sua opinião, um dos pontos positivos de ter se candidatado é que Renan agora será cobrado pelos compromissos que assumiu antes da eleição. O peemedebista prometeu, em seu discurso, trabalhar para restringir o abuso na edição de medidas provisórias e pôr em votação os vetos presidenciais. Agripino acrescentou que, se for vontade da bancada, continuará na liderança do PFL.

Em Belo Horizonte, o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), avaliou que a aliança entre os tucanos e o PFL no Senado cumpriu seu papel, ainda que não tenha evitado a vitória de Renan, que era favorito. Para Aécio, a oposição terá de respeitar o resultado e ser construtiva em relação a questões de interesse do País. 'Acho que a oposição mostrou que tem densidade e certamente terá um espaço importante também na administração da Casa. Mas o resultado, por mais que tivéssemos uma posição na outra direção, deve ser respeitado.'

Aécio evitou comentar o número de votos do pefelista. 'A vitória de um presidente que está no exercício do cargo não pode ser vista como algo surpreendente', limitou-se a dizer.