Título: Serra encontra Aécio e pára de criticar PAC
Autor: Massote, Raquel
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/02/2007, Nacional, p. A10

Os governadores de Minas, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra, afinaram ontem o discurso sobre o pacote de reivindicações dos Estados ao governo federal como contrapartida à aprovação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Depois de um encontro a sós no Palácio das Mangabeiras, em Belo Horizonte, os tucanos disseram acreditar num acordo entre Estados e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também fizeram questão de reforçar que não há disputa entre eles nessa articulação.

'Eu acho que o diálogo (com o governo federal) vai acontecer e é natural que no começo cada um defina suas posições. A partir daí, não tenho dúvida, vai haver um processo de entendimento', afirmou Serra. Aécio disse que o fundamental agora é a apresentação das demandas dos Estados ao governo federal. A lista de reivindicações será entregue pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PFL).

Com um discurso bem mais ameno, Serra evitou fazer críticas ao PAC. Na semana passada, ele disse que o programa era fraco, vago e contraditório e um mero 'ordenamento de investimentos em andamento'.

Segundo Serra e Aécio, não é intenção dos governadores travar uma queda-de-braço com o governo federal. Segundo os tucanos, o objetivo é complementar o programa de Lula.

A principal reivindicação do grupo é a repartição da CPMF com Estados e municípios. Eles também reivindicam um aumento do repasse dos recursos da Cide (o imposto dos combustíveis) aos Estados de 29% para 46% do total arrecadado.

Os tucanos adotaram o bom humor para afastar rumores de desentendimento no início desta semana, quando Aécio foi à reunião com governadores em Brasília. O combinado era que o Sudeste seria representado pelo governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB). 'Se alguém alguma vez me vir com o dedo no olho do Aécio é porque estou tirando o cisco', brincou Serra.

Em seguida, foi a vez de Aécio. 'Se me virem fitando, olhando para o governador José Serra de forma agressiva, pode saber que é para protegê-lo de alguém que estiver logo atrás dele.'