Título: Partidos de oposição agora temem debandada
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Fonte: O Estado de São Paulo, 03/02/2007, Nacional, p. A7

Com a vitória de Arlindo Chinaglia (PT-SP) na Câmara graças a votos de tucanos no segundo turno, PSDB e PFL nunca estiveram tão distantes. Além disso, os dois enfrentam divisões internas e a ameaça de debandada de parlamentares rumo a partidos governistas.

O PSDB rachou entre os que defendiam o apoio a Chinaglia e fizeram o acordo para ficar com a vice-presidência da Câmara e os que condenam a negociação e preferiam votar em Aldo Rebelo (PC do B-SP) no segundo turno. 'Há um grupo agindo de maneira autônoma e isso é ruim para a bancada', reclamou Paulo Renato (SP), contrário a apoiar o petista. 'Tem de trabalhar para acabar com as panelinhas', reforçou Rafael Guerra.

Criticado até por colegas por liberar o voto da bancada, o líder Antonio Carlos Pannunzio (SP) se defendeu: 'Eu pergunto: o PC do B é nosso aliado? O que prevaleceu foi o princípio da proporcionalidade. O PSDB já votou no PT para a presidência da Câmara antes, quando foi eleito João Paulo Cunha', disse.

'O PSDB cometeu um erro estratégico grave', criticou o pefelista Antonio Carlos Magalhães Neto (BA). 'Queremos que eles se realinhem na oposição.' Pannunzio reagiu: 'Dizem que somos responsáveis por eleger Chinaglia. Eu poderia dizer que responsabilidade maior teve o PFL, que não apoiou Gustavo Fruet.'

O PFL também tem problemas. Para evitar um racha na bancada, ACM Neto teve de ceder a liderança a Onyx Lorenzoni (RS). O desafio do líder será tentar conter a saída em massa de deputados do partido. O PFL, que elegeu 65 deputados, pode ficar com menos de 60.