Título: Reajuste fica para depois, afirma Chinaglia
Autor: Macedo, Fausto e Gallucci, Mariangela
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/02/2007, Nacional, p. A9

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), reiterou ontem a intenção de reajustar os salários dos deputados pela inflação, mas reafirmou que esse é um tema para "depois".

Chinaglia admitiu que podem existir supersalários na Câmara, mas enfatizou que isso será resolvido com a criação de um limite. ¿Se existem salários que extrapolam os limites do razoável, a melhor maneira de cortar isso é a definição de um teto¿, disse, ponderando que o tema exige grande discussão.

Outro petista, o líder do partido na Câmara, Henrique Fontana (RS), reagiu ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello.

Para Fontana, a declaração do ministro - de que trocaria o salário dele pelo dos parlamentares - foi "infeliz". "O Brasil não quer assistir a uma disputa sobre quem ganha mais ou quem ganha menos", disse o deputado.

Ele afirmou que o PT defende o congelamento do atual teto do Supremo em R$ 24,5 mil, manifestando claramente sua contrariedade em relação a projeto do STF que aumenta o limite salarial daquele tribunal.

Segundo ele, na reunião de líderes ontem com Chinaglia, o tema do reajuste salarial dos parlamentares não foi discutido. "Salário não é prioridade', disse Fontana, que informou que o partido apresentou como tema prioritário a discussão da reforma política.

O líder do PR, deputado Luciano Castro (RR), defendeu a criação de um teto salarial único para os três Poderes. Essa discussão, disse, deve ficar para março.

Em relação às declarações do ministro Marco Aurélio, o líder do PR afirmou que as verbas de gabinete não podem ser consideradas subsídios dos parlamentares, pois são utilizadas para pagar funcionários e realizar despesas da atividade política.

O deputado do PR lembrou que, enquanto os ministros do Supremo têm cargos vitalícios, o mesmo não ocorre com a atividade parlamentar.

CARNAVAL

Após a reunião com os líderes, Chinaglia confirmou a determinação de convocar seções deliberativas na próxima semana, em todos os dias úteis, para compensar o feriado do carnaval.

¿É mais que um apelo para os parlamentares trabalharem de segunda a sexta-feira na semana que vem, por conta do carnaval na semana seguinte. Nosso objetivo é cumprir nossa pauta¿, disse Chinaglia. ¿Eu já disse que somos escravos da Constituição Federal.¿