Título: Em conversa com Lula, Aldo se queixa do PT
Autor: Moraes, Marcelo e Leal, Luciana Nunes
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/02/2007, Nacional, p. A7
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a cumprir a promessa feita na semana passada de 'passar um pouco de mercúrio' para resolver os problemas de sua base de sustentação.
Após o desgastante processo de disputa pela presidência da Câmara, o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) se reuniu na noite de quarta-feira com Lula no Palácio do Planalto. Foi a primeira vez em que os dois se encontraram desde a derrota do comunista para o petista Arlindo Chinaglia (SP) na eleição da Casa, na semana passada. A Lula, Aldo disse que a disputa 'é coisa do passado', mas que as 'diferenças' com o PT não desapareceram.
A conversa faz parte de um primeiro movimento do presidente para tentar acalmar o grupo de partidos aliados que se organizaram na Câmara em torno de um bloco, já apelidado de 'bloquinho' - PSB, PDT, PC do B, PMN e PAN. Ao todo, são 75 deputados. É justamente nessa ala da base que estão hoje as maiores resistências políticas às propostas do Planalto. O grupo, inclusive, fala em lançar candidatura presidencial em 2010 separadamente do PT.
Integrantes do bloco reconhecem que esse sentimento foi agravado pelo fato de Lula não ter atuado para ajudar a reeleição de Aldo para a presidência da Câmara e não trabalhando para impedir que o PT lançasse uma forte candidatura adversária. O presidente decidiu convidar Aldo até porque o considera aliado fiel desde o início do governo e preferia que tivesse havido consenso na base para impedir que fossem lançados dois candidatos.
Na conversa, não foi abordada a possibilidade de Aldo voltar a ocupar uma pasta na equipe ministerial de Lula, pois o presidente sabe que sua indicação para o ministério funcionaria como prêmio de consolação. O que Lula pretendia com a conversa era fazer um gesto de reconhecimento para Aldo.