Título: 2007 teve janeiro mais quente em 110 anos
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Fonte: O Estado de São Paulo, 10/02/2007, Vida&, p. A26

A temperatura média global do mês passado foi a mais alta para um mês de janeiro desde 1897, segundo a Agência Meteorológica do Japão. Este é um fenômeno que já havia acontecido com dezembro de 2006. No Japão, a temperatura em janeiro esteve 1,44°C acima da média.

Antes de 2007, o janeiro mais quente registrado pela agência aconteceu em 2001. Ele é seguido por 1989, 1972 e 2000, nesta ordem.

A agência indica o aquecimento global como responsável pelas altas temperaturas, além da movimentação das massas de ar do Hemisfério Norte em direção ao sul e a intensificação do fenômeno El Niño.

No último século, a temperatura média no Japão aumentou 1,07°C. No mundo, ela subiu 0,74°C - num ritmo mais rápido nos últimos 50 anos, de acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

O progressivo aquecimento do planeta é mais forte no Hemisfério Norte, onde foram registradas temperaturas médias muito mais altas do que as normais em várias cidades.

Moscou, por exemplo, registrou temperatura média de -1,6°C, 5,9 graus acima do normal. Berlim apresentou média de 5,3°C (5,1 graus a mais do que o habitual), e Nova York registrou 3,8°C (3,5 acima da média histórica).

CORRIDA

Ontem, um milionário britânico lançou um prêmio para quem conseguir retirar da atmosfera os gases do efeito estufa, lançados pelo homem e gatilhos do aquecimento.

O magnata Richard Branson, presidente do Grupo Virgin, pagará US$ 25 milhões ao primeiro cientista que apresentar uma estratégia que reduza significativamente a concentração no ar de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e outros quatro gases. O anúncio foi feito ao lado do ex-vice-presidente americano Al Gore, sucesso de público por seu documentário ambientalista Uma Verdade Inconveniente.

Branson comparou o desafio a uma competição lançada em 1675, que premiava o inventor de um método preciso de medição longitudinal. Foram necessários 60 anos para que a solução aparecesse. ¿A Terra não pode esperar 60 anos. Precisamos que todas as pessoas capazes de encontrar uma resposta se concentrem hoje¿, afirmou.