Título: G-7 insiste na valorização do yuan
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Fonte: O Estado de São Paulo, 11/02/2007, Economia, p. B11
O G-7, grupo formado por Estados Unidos, Japão, Canadá, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália, países mais ricos do mundo, insistiu ontem na necessidade de uma maior valorização da moeda chinesa para que não prejudique sobretudo as exportações dos EUA. Paralelamente, o Japão garantiu que a recuperação de sua economia se refletirá no iene, como esperam os europeus.
'Nas economias emergentes com grandes e crescentes excedentes de conta corrente, sobretudo a China, é desejável que as taxas de câmbio reais evoluam para que se produzam os ajustes necessários', afirmaram os ministros das Finanças do G-7 em comunicado divulgado ao fim da reunião realizada em Essen, na Alemanha.
Os EUA pedem há muito tempo que o yuan seja mais valorizado, pois o nível atual prejudica suas exportações. O G-7, porém, não mencionou o iene japonês, que preocupa mais os europeus, pois sua fragilidade provoca perda na venda ao exterior.
'A China tem de permitir que as forças de mercado determinem o nível de sua moeda', disse o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Rato. Em um ano, o iene perdeu quase 10% em relação ao euro. No entanto, entre 2002 e 2006 a taxa real de câmbio do euro se valorizou em mais de 50% ante a moeda nipônica. A apreciação do euro ante as moedas asiáticas reduziu a expectativa exportadora da zona do euro entre 15% e 20% no período.
O ministro das Finanças do Japão, Kojii Omi, tranqüilizou os colegas ao afirmar que a recuperação econômica do país se refletirá na moeda. 'As taxas de câmbio deverão refletir a situação econômica japonesa, que está melhorando', disse.
'Nosso colega japonês garantiu que a economia está no caminho do crescimento e que as taxas de câmbio devem refletir as bases da economia', concordou o ministro alemão Peer Steinbrück.
O G-7 recordou que uma volatilidade excessiva nas taxas de câmbio não é desejável para o desenvolvimento econômico. Também considerou que o crescimento mundial está mais equilibrado e o risco de inflação é baixo. Os resultados econômicos mundiais continuam sendo favoráveis.
A economia americana goza de 'sólida atividade', enquanto a zona do euro experimenta maior crescimento. Os ministros também elogiaram o compromisso da China de equilibrar seu crescimento, tudo isso com preço de energia mais baixo e menos pressão inflacionária.
O G-7 afirmou apoiar o reinício das negociações da Rodada Doha para a liberalização do comércio mundial. 'Continuamos comprometidos a resistir ao sentimento de protecionismo e apoiamos plenamente a retomada de Doha.' As negociações foram suspensas em julho. Em janeiro, os países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) expressaram em Davos (Suíça) desejo de voltar às negociações nos próximos meses.