Título: Chinaglia propõe 'fatiar' votação da reforma política
Autor: Ogliari, Elder
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/02/2007, Nacional, p. A8

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse ontem em Porto Alegre que a reforma política pode ser votada por 'consenso progressivo': temas que contam com apoio de todas as bancadas, ou da grande maioria, poderiam ser aprovados antes, para entrar em vigor rapidamente. As matérias mais polêmicas seriam votadas posteriormente, conforme os acordos fossem construídos.

Segundo Chinaglia, a tese de que a reforma pode ser votada gradativamente reflete, por enquanto, apenas uma posição pessoal. 'Se amanhã houver a possibilidade de produzir uma proposta completa e se os partidos se sentirem confortáveis para ir a voto, faremos o máximo possível para isso', ressalvou, ao deixar Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul para ir ao Palácio Piratini, sede do governo estadual.

Em 18 horas no Rio Grande do Sul, do fim da tarde de domingo ao meio-dia de ontem, Chinaglia visitou o deputado Mendes Ribeiro Filho, que se recupera de uma cirurgia no cérebro, jantou com empresários, tomou café da manhã com deputados estaduais e federais e conversou rapidamente com a governadora Yeda Crusius (PSDB). Ao avaliar os encontros, Chinaglia disse que viagens como a que fez aproximam a Câmara da sociedade e devem ser repetidas. Mas não prometeu nada aos gaúchos, que pedem revisão do câmbio, redução dos juros e ajuda para renegociar a dívida do Estado com a União.

TRABALHO

Chinaglia destacou que na sua gestão o trabalho dos deputados vai aumentar, porque serão aplicadas resoluções que não estavam sendo cumpridas. A Câmara, segundo ele, terá sessões deliberativas às terças, quartas e quintas-feiras e debates de comissões e eventualmente votações às segundas e sextas. Hoje, contou, os deputados devem discutir o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com os ministros Guido Mantega, da Fazenda, Dilma Rousseff, da Casa Civil, e Paulo Bernardo, do Planejamento. A partir de amanhã está previsto o início da votação de projetos que tratam de segurança pública.

Mais tarde, já em Brasília, Chinaglia avisou que, ao contrário do que tinha anunciado, não haverá sessão com votação na próxima sexta-feira. Ele argumentou que vários deputados já tinham viagens agendadas e também pode haver problemas de vôos para os parlamentares deixarem Brasília na noite de sexta-feira. Para compensar esta alteração, o presidente da Câmara marcou votação na sessão de segunda-feira seguinte à semana do carnaval, dia 26.