Título: Acordo define nomes para comissões
Autor: Madueño, Denise
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/02/2007, Nacional, p. A8

Um acordo entre os partidos definiu ontem os nomes de praticamente todos os presidentes das comissões permanentes da Câmara. O PMDB, que elegeu o maior número de deputados (89), indicou Leonardo Picciani (PMDB-RJ) para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). É a mais importante da Casa, porque analisa todos os projetos antes da tramitação, para averiguar se são inconstitucionais. O PMDB também ficou com a Comissão de Viação e Transportes, que será presidida pelo ex-ministro dos Transportes de FHC, Eliseu Padilha (RS), e a de Educação e Cultura, que Gastão Vieira (MA) vai comandar.

As presidências são divididas segundo o tamanho das bancadas dos partidos. Os presidentes serão eleitos hoje para o período de um ano.

Depois do acordo, só o PT, a segunda maior bancada, ainda iria confirmar os nomes. Em princípio, Virgílio Guimarães (MG) assumiria a Comissão de Finanças e Tributação, Zezéu Ribeiro (BA) a de Desenvolvimento Urbano e Luiz Couto (PB) a de Direitos Humanos. Lídice da Mata, do PSB baiano, presidirá a Comissão de Turismo. Mas a da Amazônia está em disputa entre Marcelo Serafim (AM) e Vanessa Graziotin (PC do B-AM), integrante do bloco entre PSB, PC do B e PDT.

O PSDB ficou com as Comissões de Ciência e Tecnologia, a cargo de Júlio Semeghini (SP), Meio Ambiente, presidida por Nilson Pinto (PA), e Segurança Pública, que João Campos (GO) vai comandar. O PP terá duas comissões. José Otávio Germano (RS) chefiará a de Minas e Energia e Celso Russomanno (SP) a de Fiscalização Financeira e Controle.

O PFL também terá duas, a de Agricultura, presidida por Marcos Montes (MG), e de Seguridade Social, por Jorge Tadeu Mudalen (SP). O PTB, com Nelson Marquezelli (SP), chefiará a Comissão do Trabalho. O PDT entregará o comando da Comissão de Relações Exteriores a Vieira da Cunha (RS). O PPS ficou com a do Consumidor, que o paranaense Cezar Silvestri vai presidir. O PR com a de Desenvolvimento Econômico, com Wellington Fagundes (MT), e o PSC com a de Legislação Participativa, com Eduardo Amorim (SE).

Dois deputados que já foram investigados por suposto envolvimento em esquemas de corrupção vão presidir comissões. Fagundes foi acusado pela CPI dos Sanguessugas de ligação com o esquema de venda superfaturada de ambulâncias a prefeituras com dinheiro do Orçamento da União. Ele sempre negou a acusação. No último dia dos trabalhos no ano passado, o Conselho de Ética da Câmara aprovou relatório que propunha o arquivamento do processo de cassação.

Mudalen foi investigado pela CPI dos Anões do Orçamento, que concluiu os trabalhos em janeiro de 1994. Ele foi citado na lista de José Carlos Alves dos Santos, que denunciou o esquema de desvio de dinheiro do Orçamento.O relatório da CPI enviou seu nome para avaliação da Mesa da Câmara, que arquivou o caso. O deputado negou envolvimento no desvio.