Título: Ex-deputado é 33º indiciado pela PF
Autor: Mendes, Vannildo e Filgueiras, Sônia
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/02/2007, Nacional, p. A10

A Polícia Federal indiciou o ex-deputado Ricarte de Freitas (PTB-MT) ontem, sob acusação de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, no inquérito do esquema dos sanguessugas - venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras com verbas de emendas ao Orçamento da União. Com Ricarte, já são 33 os indiciados por envolvimento no esquema, de um total de 84 inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Pela investigação da PF, Ricarte teria recebido cerca de R$ 280 mil do esquema. Incluído pela CPI dos Sanguessugas na lista de suspeitos, ele negou todas as denúncias. Ontem, ao ser notificado do indiciamento, na sede da PF, o ex-deputado repetiu que não cometeu nenhuma irregularidade e disse que vai se defender na Justiça.

Em depoimento à PF e à CPI, o empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, principal empresa do esquema, afirmou que Ricarte tinha com a companhia uma espécie de conta corrente para desconto de cheques e era assim que recebia sua comissão de 10% por emenda aprovada para compra de ambulâncias. Ele teria recebido ainda um Fiat Ducato, no valor de R$ 45 mil, devolvido porque 'pulava muito', segundo Vedoin, e substituído por um Hilux SW, da Toyota.

Ricarte tentou a reeleição no ano passado e não conseguiu. O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, porém, nomeou-o secretário da representação do Estado em Brasília.

Nenhum dos 33 indiciados pela PF se reelegeu, mas entre os 51 inquéritos restantes há 8 parlamentares que renovaram seus mandatos. Esses continuarão sendo processados no STF, enquanto os que não têm mais mandato serão julgados na Justiça de primeiro grau, pois não têm mais foro privilegiado.