Título: Uma visita cheia de atropelos e constrangimentos
Autor: Marin, Denise Chrispim e Goy, Leonardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/02/2007, Economia, p. B3
Atrasos e atropelos marcaram a agenda do presidente da Bolívia, Evo Morales, ontem em Brasília. Uma tempestade atrasou em pelo menos cinco horas a chegada da maior parte da delegação de ministros. Diante do Palácio do Planalto, as chuvas o impediram de seguir o protocolo reservado às visitas de Estado. Evo Morales não passou as tropas em revista, não subiu a rampa nem ouviu os hinos dos países nem os tiros de canhões ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entrou pela porta lateral.
O atraso de sua delegação causou ainda constrangimentos. Às 17h10, o próprio ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, informou que Evo Morales estava, naquele momento, despachando com assessores no gabinete dele, Amorim, no Palácio do Itamaraty. A visita de Estado, de caráter formal, tornou-se visita de negociação entre os governos. A assinatura dos acordos, prevista para ontem à tarde, após dois adiamentos, ficou para hoje.
¿Não é toda hora que uma visita de Estado se transforma em uma visita negociadora¿, afirmou Amorim, ao explicar que o Brasil tenta construir um relacionamento novo com a Bolívia, e não parte de uma relação madura. ¿As coisas são como são¿, conformou-se.