Título: Até o futebol entrou na disputa
Autor: Marin, Denise Chrispim
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/02/2007, Economia, p. B5

Chegou aos gramados a disputa entre o governo boliviano e a Petrobrás pelo preço do gás. Dessa vez, a estatal foi acusada, na imprensa boliviana, de gastar recursos significativos com o patrocínio ao Flamengo enquanto pretende economizar na compra do gás boliviano, pagando valores supostamente abaixo do que o mercado pratica.

A provocação veio no 'El Potosi', jornal que leva o nome de um departamento (o equivalente a um Estado), ao sul da Bolívia. O Flamengo jogou anteontem na cidade e empatou em 2 a 2 com o Real Potosí, na primeira rodada da Libertadores. A Petrobrás não comentou o assunto.

Na prática, os valores de patrocínio e o contrato de gás são muito distantes. Para o Flamengo, a Petrobrás pagou R$ 13 milhões em 2006, valor que será atualizado para R$ 15 milhões este ano. Já o contrato de fornecimento de gás para o Brasil movimenta cerca de US$ 1,2 bilhão ao ano.

A questão é que os recursos são importantes para a economia boliviana. O próprio presidente Evo Morales chegou a dizer, no fim do ano passado, que o Brasil poderia doar as refinarias da Petrobrás no território boliviano, por ser um país rico.

Alheio à discussão comercial, o presidente do Flamengo, Márcio Braga, disse que teve uma 'emoção muito forte' ao ver torcedores bolivianos vestidos com a camisa do Flamengo, quando o time chegou a Sucre, antes de seguir para Potosí.