Título: Uigures acusam chineses de ameaçar sua identidade
Autor: Wagner, Wieland
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/02/2007, Internacional, p. A12

Quase a metade da população de Xinjiang (de 19 milhões) pertence à minoria muçulmana uigur - uma das 56 etnias oficialmente reconhecidas na China. Muitos uigures defendem a criação de um Estado independente na região do extremo oeste da China que eles chamam de Turquestão Ocidental, mas outros querem apenas uma maior autonomia. No entanto, a China vê o sentimento separatista como uma ameaça ao Estado e constantemente detém ativistas pró-independência, os acusa de terrorismo e executa. A constante vigilância da região reduziu drasticamente os atentados cometidos pelos separatistas na última década. A maioria dos uigures se ressente do fluxo em larga escala para a região de Xinjiang de chineses da etnia han, a maioria na China (92%), e reclama da repressão, pelo governo chinês, de sua herança cultural e religiosa. Estudantes da Universidade de Xinjiang não podem mais estudar na língua uigur, algo que havia sido permitido desde a fundação da República Popular, em 1949. Os estudantes dizem que a repressão à sua língua é parte da ampla campanha de Pequim contra a dissidência e o separatismo. Eles dizem que Xinjiang é 'outro Tibete' e sua identidade, língua e cultura estão ameaçados. Segundo estudiosos, a comunidade uigur tem mais de 15 milhões de membros, concentrados principalmente em Xinjiang, mas também espalhados no Casaquistão, Quirguistão, Mongólia, Usbequistão e Turquia.