Título: Dividido, PSDB discute tramitação do plano
Autor: Moraes, Marcelo de
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/02/2007, Nacional, p. A4

Apesar de ter sido o partido que mais apresentou emendas para alterar as medidas provisórias que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o PSDB está dividido sobre como deve lidar com a tramitação dessas propostas dentro do Congresso.

Em conversas informais, alguns parlamentares tucanos acham que o partido deveria participar o menos possível da discussão dessas medidas para que elas possam ser aprovadas rapidamente. A avaliação desses setores do partido é que o governo se beneficia politicamente ao manter como tema central uma agenda positiva como o PAC.

Os tucanos acham que assim que essa proposta for votada no Congresso, o governo ficaria imediatamente sem um tema concreto para discutir, abrindo espaço para que a oposição possa novamente criticar a falta de resultados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O líder da minoria, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), concorda com essa análise. ¿Nem apresentei emendas a essas MPs¿, diz. ¿Não se trata de atrapalhar ou não o governo. É mais o caso de deixar eles aprovarem o pacote de crescimento que dizem que é bom e conferir os resultados.¿

Segundo ele, ¿o pacote é muito ruim¿ e não vai ajudar a promover o crescimento de que o País tanto precisa. ¿Mas enquanto perdermos muito tempo nessa discussão, é bom para o governo, que vai mantendo a falsa impressão de que tem um programa eficiente para melhorar o Brasil. E ainda vai ficar a impressão de que a oposição é que não quer deixar o pacote ser aprovado¿, analisa.

LINHA DURA

Enquanto uma ala tucana tem pressa na aprovação do PAC, outros parlamentares do PSDB e de outros partidos de oposição, como PFL e PPS, defendem uma linha mais dura. Eles defendem a contestação de pontos considerados prejudiciais que fazem parte das medidas do PAC.

¿Há propostas que precisam ser ajustadas. É o caso de desonerações tributárias de vários produtos que precisam ser feitas e precisam ser mudadas nas MPs enviadas pelo governo para o Congresso¿, explica o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).