Título: Lula prometeu que as unidades seriam nacionais
Autor: Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/02/2007, Economia, p. B1

O presidente Lula usou o tema das plataformas da Petrobrás na campanha presidencial em 2002. Lula esteve no estaleiro Verolme, em Angra dos Reis (RJ) (hoje BrasFels), para dizer que as plataformas seriam construídas no País caso fosse eleito.

A promessa de reativar a indústria naval fluminense integrou o plano de gerar 10 milhões de empregos, número não alcançado. Na ocasião, Lula considerava inaceitável o fato de a Petrobrás fazer uma licitação internacional que praticamente excluía os estaleiros brasileiros.

Um plano de conteúdo nacional foi instituído pela estatal brasileira para contemplar o cumprimento da promessa de campanha. Em dezembro de 2003, Lula voltou ao Verolme para participar da solenidade que marcou a contratação do estaleiro para a construção da plataforma P-52, que será usada na produção de petróleo e gás natural no Campo de Roncador, na Bacia de Campos. A unidade substituirá a P-36, que naufragou em março de 2001 depois de uma explosão, que matou 11 petroleiros.

No caso da P-52, apenas parte da plataforma seria construída no Brasil. O casco ficaria sob a responsabilidade de um estaleiro de Cingapura. A falta de capacidade para montagem de algumas parte da plataforma foi a razão para a divisão do contrato.

Depois deste, a Petrobrás assinou contratos para construção de outras plataformas no Brasil, entre as quais a P-51, P-54 e P-34, todas para a produção de petróleo, além da PRA-1 usada para rebombear o gás natural da Bacia de Santos para o continente.