Título: Em liberdade provisória, Rainha acompanha as ações por telefone
Autor: Tomazela, José Maria
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/02/2007, Nacional, p. A4

Em liberdade provisória, após ter sido condenado à prisão por porte ilegal de arma, o líder José Rainha Júnior não esteve pessoalmente à frente das invasões de ontem no Pontal do Paranapanema. Ele acompanhou de sua casa, em Teodoro Sampaio, a mobilização dirigida pelo seu braço direito, Wesley Mauch, coordenador estadual do MST.

Mauch participou da ação na Fazenda São Diogo, em Dracena, e esteve em outras áreas invadidas. Pelo celular, ele passava informações ao líder. Por telefone, Rainha contou que a idéia de juntar MST e CUT nasceu no ano passado, em razão do grande avanço dos canaviais em São Paulo. No oeste, os cortadores de cana já somam cerca de 50 mil e muitos vieram de outros Estados. ¿Com a mecanização, vai se agravar o problema social.¿

Rainha afirmou que grande parte das empresas trabalha de forma correta. ¿Quem está produzindo certo, pode dormir sossegado. Não somos contra o álcool e o açúcar, mas é preciso valorizar o ser humano¿, disse. ¿Mas certas usinas tratam o trabalhador como escravo. Essas podem se preocupar.¿

Para o líder, o presidente Lula precisa ser ¿mais rápido¿ nas mudanças que pretende fazer no Ministério do Desenvolvimento Agrário, a começar pela escolha do ministro. ¿Quem é hoje o ministro? Eu não sei.¿

Ele disse que o novo titular não deve ter o perfil do ex-ministro Miguel Rossetto. ¿O ministério tem de ter força política¿, afirmou Rainha.