Título: Empresas dos EUA querem limitar CO2
Autor: Simon, Richard
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/02/2007, Vida&, p. A9

Executivos de grandes corporações não costumam ir ao Congresso fazer lobby em favor de novos regulamentos governamentais. Mas foi esse o caso de um grupo que, na semana passada, insistiu junto ao Congresso americano para que sejam adotados limites máximos para as emissões responsáveis pelo aquecimento global.

Peter A. Darbee, presidente e diretor executivo da PG&E Corp, empresa matriz da maior concessionária da Califórnia, a Pacific Gas and Electric Co., conclamou os Estados Unidos a assumirem uma posição de ¿vanguarda na questão das mudanças climáticas¿, aprovando um programa de redução compulsória dos gases com efeito estufa.

Segundo Chad Holliday, presidente e diretor executivo da DuPont Co, ¿o problema não será solucionado apenas com medidas adotadas voluntariamente¿. Os proponentes de um programa compulsório para limitar as emissões de gases tóxicos consideram essencial o apoio dos empresários para o Congresso aprovar uma legislação específica, que não seja vetada pelo presidente Bush.

Os executivos foram convidados a participar da audiência do Comitê de Meio Ambiente e Obras Públicas do Senado pela sua presidente, a senadora Barbara Boxer, da Califórnia, que considera altamente prioritária uma legislação para o problema do aquecimento global.

A finalidade do depoimento foi refutar argumentos de que limitar compulsoriamente as emissões do dióxido de carbono e outros gases será ruim para as empresas, pois aumentará seus custos. Os executivos presentes à audiência fazem parte de uma coalizão de empresas e grupos ambientais que batalham pela implementação de um sistema chamado ¿cap and trade¿ (limitar e negociar), segundo o qual as empresas que produzirem emissões tóxicas abaixo de um determinado nível a ser estabelecido pelo governo venderiam créditos para as que ultrapassarem o limite.

Os empresários impressionaram pelo menos um republicano. ¿Estou atento às suas informações¿, disse o senador John Warner, da Virginia. Contudo, ele não se comprometeu a apoiar uma futura lei limitando o nível das emissões. Outros republicanos do comitê, porém, rechaçaram as declarações dos executivos, ressaltando o desafio que os proponentes das limitações têm pela frente.

O senador James Inhofe, de Oklahoma, um dos que não acreditam que a atividade humana seja causa do aquecimento global, acusou os executivos de defenderem limites para as emissões para aumentar os investimentos em suas empresas na busca de fontes de energia mais limpas, como a solar. Essa audiência foi uma das quatro sobre mudanças climáticas realizadas no Congresso.