Título: Blair pede sanções duras contra Teerã
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Fonte: O Estado de São Paulo, 28/02/2007, Internacional, p. A10
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pediu ontem que a comunidade internacional tome medidas ¿duras¿ contra o Irã, fortalecendo as sanções ao país para obrigá-lo a paralisar seu programa nuclear. ¿Quanto mais dura, clara e unificada for nossa ação, melhor será o resultado e menor a chance de que se comece a discutir uma ofensiva militar¿, disse Blair.
Na véspera, representantes da Alemanha e dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da ONU (EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha e França) concordarem em redigir uma nova resolução contra o Irã pelo país ter descumprido o ultimato para congelar seus projetos para fabricar urânio enriquecido (o combustível nuclear).
Maior aliado dos EUA no Iraque, Blair se recusou a especular sobre a possibilidade de um ataque americano contra o Irã e garantiu que ¿todos preferem uma solução diplomática¿ para a questão.
As tensões entre Washington e Teerã estão aumentando desde janeiro, quando a Casa Branca acusou os iranianos de armar milícias xiitas no Iraque. Ao ser questionado sobre a probabilidade de um ataque ao Irã, após a reunião dos membros do CS, o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, respondeu ¿que todas as opções serão consideradas¿. Em resposta, o embaixador do Irã em Moscou, Gholamreza Ansari, afirmou ontem que o Irã ¿retaliaria imediatamente¿ uma ação americana, atacando ¿em qualquer lugar¿.
Mantendo o desafio à comunidade internacional, o vice-presidente iraniano, Beruiz Daudi, disse ontem que seu país começará a usar a energia nuclear na indústria ¿em breve¿ e está enriquecendo urânio nas porcentagens de 3% e 5% - potência usada para produzir energia. O Irã diz que seu programa nuclear tem fins pacíficos, mas os EUA e parte da comunidade internacional suspeitam que o país queira fabricar bombas.