Título: Franceses são mortos a facadas em sede de ONG
Autor: Thomé, Clarissa e Auler, Marcelo
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/02/2007, Metrópole, p. C1
Três franceses funcionários da Organização Não-Governamental (ONG) Terr¿Ativa foram assassinados a facadas, às 7h30 de ontem, no Edifício Petrônio, em Copacabana, sede da entidade. Os três acusados do crime foram presos em menos de 10 horas. Társio Wilson Ramires, de 25 anos, admitiu ser o mentor dos assassinatos e disse ter pago R$ 2 mil aos comparsas para o ajudarem, segundo a polícia. Ele foi assistido pela organização quando adolescente e trabalhava com os franceses. O motivo do crime seria encobrir um desfalque na organização.
Ramires e os comparsas Luiz Gonzaga Gonçalves de Oliveira, de 27 anos, e José Michel Gonçalves Cardoso, de 25, levaram três máscaras de carnaval, quatro facas, ataduras e luvas cirúrgicas à sede da ONG. Segundo a polícia, isso prova que o crime foi premeditado.
A secretária executiva da ONG, Delphine Claudie Douyère, de 36, morava no apartamento 902 do prédio com o marido e secretário da instituição, Christian Pierre Doupes, de 42, e o filho do casal, Max, de 2. O ex-marido dela, Jérôme Marie Marc Faure, de 38 anos, também funcionário da ONG, vivia no 10º andar. Delphine morava no Brasil havia mais de dez anos. A ONG foi fundada em 1999.
Faure, primeiro a chegar ao trabalho, foi dominado pelos criminosos e amarrado a uma cadeira. Segundo a polícia, ele tinha marcas de tortura. Délphine chegou em seguida e foi atacada. Depois, entrou Doupes. Ele e Ramires atracaram-se.
Houve luta. Delphine e o marido foram mortos na sala. Os criminosos seguiram até o quarto e cortaram a garganta de Faure, que quase foi degolado. ¿Foi uma cena monstruosa¿, disse o tenente-coronel da PM Eraldo Rodrigues. O porteiro do prédio chamou a polícia ao ouvir gritos no apartamento. Assustado, trancou a saída do prédio. Ramires, que saía, ficou preso na portaria, com os dedos da mão direita dilacerados pela luta, e um cofre na mochila. Foi preso em seguida.