Título: PFL critica PSDB por rejeitar relatorias
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Fonte: O Estado de São Paulo, 24/02/2007, Nacional, p. A4

A decisão do PSDB de não aceitar nenhuma relatoria de projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas comissões da Câmara deixou os pefelistas em dúvida sobre sua real disposição de fazer oposição. ¿Não entendemos porque o PSDB, após eleger o petista Arlindo Chinaglia para presidente da Câmara, não quer participar das relatorias do PAC¿, afirmou Rodrigo Maia (PFL-RJ).

Para o PFL, o PSDB se omite quando, nas comissões, a oposição poderia mostrar de forma efetiva as lacunas do PAC e reforçar que suas propostas são melhores que as do governo. ¿Esse é o grande momento da oposição. O PAC é relevante e precisa ser discutido. Na Europa, os partidos de oposição não se negam ao debate, mas no Brasil não conseguimos nos diferenciar e consolidar nossa identidade¿, reclamou Maia.

O tucano Jutahy Júnior (BA) acredita que há uma confusão sobre a estratégia do PSDB. O que os tucanos têm feito, disse ele, é separar questões de Estado de questões de governo. Nos temas de governo, como o PAC, por exemplo, ele acha que a oposição tem de votar contra e não assumir relatorias. ¿Apenas nas questões que dizem respeito ao Estado, como precatórios e reforma política, acho importante que a oposição apresente relatores. Em assuntos do governo não. Acabaríamos derrotados por não termos maioria.¿

Mas no próprio partido há quem duvide da eficácia dessa linha. O argumento é que a decisão de não relatar projetos também pode ser interpretada como um artifício para mascarar uma trégua neste primeiro ano do segundo mandato de Lula.

Paulo Renato (PSDB-SP) disse que a Executiva decidiu não apresentar propostas ao PAC, mas a bancada na Câmara não se reuniu para deliberar. No Senado, o líder Arthur Virgílio (AM) avisou que a bancada deve seguir o PFL: ¿Nós temos que analisar para ver essa questão, mas no Senado a tendência é brigar por relatorias.¿