Título: Desequilíbrios comerciais e reformas estão na pauta da reunião de abril
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/02/2007, Economia, p. B6

Ajustes nos desequilíbrios comerciais globais e uma agenda de reformas devem ser os principais assuntos do encontro de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), que acontece em abril, de acordo com a agência Dow Jones. Segundo o vice-secretário para assuntos internacionais do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Adams, o diretor-gerente do fundo, Rodrigo Rato, deverá apresentar no encontro de acionistas os progressos obtidos nos países envolvidos em consultas formais com o objetivo de reduzir desequilíbrios comerciais. Quanto à agenda de reformas, Adams acredita que Rato vai apresentar diretrizes para mudanças na instituição, incluindo uma nova política para supervisão das moedas e revisão da estrutura de voto.

Se já tiver assumido o cargo de diretor-executivo do Brasil no FMI, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior deverá participar do encontro. Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou, em nota oficial, a indicação do economista em substituição a Eduardo Loyo, que estava no cargo havia dois anos e tinha sido nomeado pelo ex-ministro Antonio Palocci. Nogueira Batista fará parte de um corpo de 24 diretores, representando 185 países sócios do FMI. O Brasil representa no fundo também Colômbia, República Dominicana, Equador, Guiana, Haiti, Panamá, Suriname e Trinidad e Tobago. O Brasil sempre indica o diretor-executivo e a Colômbia, o diretor-executivo substituto.

No ano passado, o FMI deu início a ¿consultas multilaterais¿ para resolver os problemas financeiros internacionais. A primeira rodada de consultas envolvem Estados Unidos, China, Japão, zona do euro e Arábia Saudita, maior produtor de petróleo.

O objetivo é aumentar a pressão para que os países adotem políticas individuais que levem à redução do massivo déficit em conta corrente dos Estados Unidos, o que é suavizado pelo elevado superávit comercial na Ásia e no Oriente Médio. Se tais desequilíbrios se ampliarem, oscilações penosas nos valores das moedas e nas taxas de juro podem provocar recessão, alertou o FMI.

Representantes dos países envolvidos nas consultas se reuniram com o FMI várias vezes, mas a instituição não fez muitos comentários sobre os progressos obtidos ou conclusões.