Título: Ataque fere vice-presidente iraquiano
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Fonte: O Estado de São Paulo, 27/02/2007, Internacional, p. A11

O vice-presidente xiita do Iraque, Adel Abdul-Mahdi, e o ministro de Serviços Públicos, Riad Gharib, também xiita, ficaram feridos ontem em uma aparente tentativa de assassinato. Uma bomba escondida no hall do Ministério de Serviços Públicos, em Bagdá, explodiu durante uma cerimônia, matando 6 pessoas e deixando 31 feridos.

Assessores de Abdul-Mahdi disseram que ele escapou com ferimentos leves causados por estilhaços, foi levado a um hospital militar dos EUA na Zona Verde - um grande complexo do governo que também abriga a embaixada dos EUA - e depois voltou ao trabalho. A polícia disse que ele ainda estava no hospital.

Abdul-Mahdi é um dos dois vice-presidentes do Iraque. O outro é o sunita Tareq al-Hashemi. Segundo uma testemunha, a explosão lançou Abdul-Mahdi contra a parede do ministério, que fica em Mansur, bairro de maioria sunita no oeste de Bagdá.

A causa da explosão está sendo investigada, mas os rebeldes têm ampliado o uso de suicidas em seus atentados. Os líderes iraquianos com freqüência são alvo dos insurgentes, engajados numa luta sectária entre sunitas e xiitas. Cerca de 100 mil soldados americanos e iraquianos devem ser enviados a Bagdá, epicentro da violência no Iraque, em meio ao um novo plano de segurança lançado duas semanas atrás.

Apesar do novo plano para tentar evitar uma guerra civil no país, a violência diária continua. Pelo menos 14 pessoas morreram ontem em um atentado realizado com uma ambulância cheia de explosivos contra uma delegacia de polícia em Ramadi, oeste do Iraque, em um bairro de maioria sunita. Outras sete pessoas ficaram feridas.

As forças de segurança iraquianas mataram 12 rebeldes, entre eles 2 que estavam usando coletes com explosivos, e prendeu outros 117, informou o governo em um comunicado.

ARMAS IRANIANAS

O Exército americano mostrou ontem o que disse ser mais evidências das armas de fabricação iraniana que militantes iraquianos estão usando, incluindo granadas de morteiro e foguetes. As armas foram encontradas no sábado durante uma operação das forças americanas e da polícia iraquiana perto da instável cidade de Baquba, ao norte de Bagdá.

Washington, que acusa o Irã de acirrar a violência no Iraque, está particularmente preocupado com o que chama de ¿projéteis de formação explosiva¿, bombas que ao serem detonadas disparam uma peça de cobre que se converte num grande projétil capaz de penetrar veículos blindados. O Exército dos EUA disse que tais bombas provocaram a morte de 170 soldados americanos no Iraque desde 2004. Militares mostraram ontem à imprensa em Bagdá 14 foguetes, 19 granadas de morteiro e vários pacotes de explosivos C-4, mas disseram que não há como saber se o governo iraniano está fornecendo as armas.