Título: Mais ânimo na construção
Autor: Rehder, Marcelo
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/03/2007, Economia, p. B6

Do ¿puxadinho¿ às grandes obras. Foi essa a combinação que garantiu o crescimento de 4,5% da construção civil em 2006, mais que o triplo do 1,3% em 2005. E pode assegurar nova arrancada ao setor neste ano, com expansão de até 7,5%.

Para o economista Sérgio Valle, da MB Associados, uma série de fatores contribui para a recuperação da construção. Entre eles, aumento da renda, queda dos juros, regras mais claras na área imobiliária, redução de impostos. Interessados nesse filão, os bancos já reforçam as linhas de crédito para a habitação. A gerente de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, acrescenta a essa lista as eleições, que tradicionalmente injetam dinheiro na construção.

A pesquisa Panorama Empresarial, divulgada ontem pela consultoria e auditoria Deloitte, mostra que o setor é que tem o maior potencial de crescimento no médio prazo, segundo 48% dos empresários consultados.

¿A boa fase do setor de construção no Brasil se explica pela tendência de aceleração dos investimentos com infra-estrutura, que foi priorizado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)¿, diz o sócio da área de finanças corporativas da Deloitte, José Paulo Rocha.

No entanto, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) não parece satisfeito com o desempenho atual do setor e, como sempre, põe a culpa no governo. É que o crescimento do ano passado ficou abaixo dos 5,1% estimados. ¿O crescimento inferior às nossas expectativas resultou de menos investimentos públicos no setor do que esperávamos¿, justificou o presidente do Sinduscon-SP, João Claudio Robusti.