Título: Comércio, construção e agronegócio crescem
Autor: Rehder, Marcelo
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/03/2007, Economia, p. B1

O ritmo mais acelerado da economia neste início de ano está sendo puxado por alguns segmentos do comércio, pela construção civil e também pelo agronegócio, que parece ter começado a sair da crise vivida nos últimos dois anos e meio.

As Casas Bahia, maior rede de varejo de eletroeletrônicos e móveis do País, faturou R$ 1,5 bilhão em janeiro e fevereiro, um aumento de 10% em relação ao primeiro bimestre de 2006. Descontando-se as 49 lojas inauguradas entre os dois períodos, o crescimento foi de 6%.

'O ano começou bem, vendemos de tudo, principalmente computadores', diz Michael Klein, diretor-executivo das Casas Bahia. Com a redução nos preços provocada pela desoneração tributária estabelecida pela MP do Bem, a rede vendeu 100 mil PCs no bimestre, três vezes mais do que em igual período do ano passado (25 mil).

Klein conta que o movimento aumentou também no Sul, puxado pela recuperação do setor agrícola na região, que sofreu quebra de safra em 2006, por causa da estiagem. 'As chuvas dos últimos meses ajudaram a melhorar a confiança dos consumidores da região.'

Além das chuvas, os agricultores brasileiros estão sendo beneficiados pela elevação das cotações internacionais, o que acaba se refletindo nos preços domésticos. No mês passado, os preços estavam, em média, 20% maiores em relação aos de fevereiro de 2006, segundo o índice da MS Consult. Entre os produtos que tiveram maiores altas estão frango (47%), milho (37%) e trigo (30%).

'Isso vai se refletir numa melhora da rentabilidade e da liquidez do setor', diz Fábio Silveira, sócio-diretor da MS Consult. Pelos seus cálculos, a renda agrícola deve ter crescimento real de 7% (descontado a inflação) este ano, ante 2% em 2005.

A venda de veículos também está aquecida. No bimestre, foram vendidos 299,7 mil carros, 14,9% acima do mesmo período de 2006. Dados da Associação Comercial de São Paulo mostram que as vendas a prazo cresceram 4,8%. Em vendas com cheques, alta de 2,3%.