Título: País busca aperfeiçoar seus sistemas atômicos
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Fonte: O Estado de São Paulo, 03/03/2007, Internacional, p. A25
A nova corrida às armas nucleares envolve US$ 2 bilhões - dos quais a parcela menor, US$ 600 milhões, sairá do orçamento militar da Rússia. A estimativa, do Global Research Center americano, dá destaque para o programa de desenvolvimento de novos sistemas atômicos apresentado pelo presidente americano, George W. Bush, em 2005, embora já estivesse sendo executado desde 2001.
Definido como ¿ mais que um projeto, uma doutrina¿, pelo ex-secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, o programa da Postura Nuclear Revista está centrado no aperfeiçoamento da família da carga atômica B61-11. Confiável e segura, a bomba entrou em produção há 40 anos.
Na administração do último presidente democrata, Bill Clinton, o modelo foi escolhido para servir ao programa de um artefato de penetração a grande profundidade.
Com 10,5 quilotons, equivalente a cerca de 10 mil toneladas de trinitrotolueno (TNT), teria 66,6% da capacidade da bomba lançada em 1945 pelos EUA sobre Hiroshima, no Japão. O uso da B61-11 é bem definido: trata-se de uma ¿bunker buster¿, destinada a destruir grandes instalações subterrâneas. Antes da explosão termonuclear, a ogiva de material extra-rígido, provavelmente de urânio exaurido, impulsionada por uma detonação convencional, penetra vários metros na superfície. Só então a fase atômica entra em ação.
As primeiras versões operacionais foram entregues ao Pentágono pelos fabricantes ainda em 1993. Segundo o ex-secretário adjunto da Defesa para Energia Atômica, Harold Smith, a intenção de Clinton era eventualmente utilizá-las em três ataques preventivos - contra instalações para enriquecimento de urânio da Líbia, e contra supostos esconderijos de Osama bin Laden, no Afeganistão. A possibilidade foi considerada na ofensiva contra a fortaleza de Tora Bora,em 2001. O local abrigava o alto comando da Al-Qaeda e dos radicais do Taleban.