Título: BA, PE e PI têm maior potencial de captação
Autor: Domingos, João
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/03/2007, Vida&, p. A27

Bahia, Pernambuco, Piauí, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Tocantins e as regiões Sudeste e Sul são, nessa ordem, as áreas mais apropriadas para a captação de energia solar, de acordo com dados do Projeto Swera (Solar and Wind Energy Resource Assessment), financiado pelo Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas.

O projeto vem sendo realizado por cientistas brasileiros desde 2001. Consiste no detalhamento do potencial de energia solar e eólica do País.

De acordo com os estudos já feitos até agora, no dia menos ensolarado e mais nublado do ano, a incidência de radiação solar é de 3,6 quilowatts/hora (kWh) por metro quadrado no Rio e de 4,5 kWh no Ceará. Já na Alemanha, onde a energia solar é mais usada, o potencial é de 0,8 kWh por metro quadrado, de acordo com informação dada à Eletrobrás por Stefan Krauter, presidente para a América Latina do Conselho Mundial de Energias Renováveis.

Conforme os estudos realizados por Krauter, a capacidade de geração de energia de fonte solar é cerca de 14 mil vezes maior do que o consumo energético mundial necessário.

EQUIPAMENTO IMPORTADO

Apesar dos reconhecidos benefícios da energia solar, em locais como Brasília seu uso é quase que somente para o aquecimento de água.

Isto porque a produção de energia solar destinada à geração de energia elétrica para o consumo de aparelhos eletrodomésticos e lâmpadas, chamada de fotovoltaica, é excessivamente cara. Além disso, o equipamento é 100% importado.

Na região do Vale do Jequitinhonha, no nordeste de Minas, a geração de energia solar para alimentação de aparelhos eletrodomésticos de consumo pequeno é bem conhecida da população. De acordo com Roberto Devienni, representante em Brasília da ONG Rede Nacional de Energias Renováveis, há 15 anos a distribuidora de energia de Minas ofereceu à população local equipamentos de captação de energia solar, porque ficava mais barato instalá-los nas residências de baixo consumo de energia do que levar para o Vale do Jequitinhonha novas redes de transmissão de energia.