Título: Em carta ao PDT, Berzoini diz que PT entregará Previdência
Autor: Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/03/2007, Nacional, p. A4
Pressionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT desistiu de reivindicar o Ministério da Previdência, hoje nas mãos do petista Nélson Machado. Em carta enviada ontem a seu colega do PDT, Carlos Lupi, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que o partido de Lula apoiará quem for indicado pelos pedetistas. O nome é o do próprio Lupi.
Depois do acerto com o PMDB - que ficará com 5 dos 34 ministérios - e com o PDT de Lupi -, a reforma ministerial está praticamente pronta. Grande dúvida da nova equipe até segunda-feira, a ex-prefeita Marta Suplicy será ministra do Turismo, como antecipou o Estado.
Lula deverá confirmar a maioria das indicações hoje, em reunião do Conselho Político - que abriga os representantes dos 11 partidos da coalizão -, no Palácio do Planalto. Até agora, porém, o presidente não encontrou um substituto para Luiz Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que pediu para deixar o cargo.
No Palácio do Planalto, auxiliares de Lula disseram que imprevistos podem provocar ¿mudanças de última hora¿ na escalação do time. Assim, o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia - já confirmado pelo próprio presidente, em conversas reservadas, como o sucessor de Tarso Genro nas Relações Institucionais -, poderia ser deslocado para a vaga de Furlan. Tarso assumirá amanhã o Ministério da Justiça no lugar de Márcio Thomaz Bastos, que já acertara sua saída com Lula ainda no ano passado.
¿Walfrido é um curinga¿, brincou o deputado José Múcio (PE), líder do governo na Câmara. O ministro do Turismo conversou ontem com Lula, que quer levá-lo para a articulação política. De qualquer forma, se houver mudança de plano, dois nomes petistas voltam a ser cotados para Relações Institucionais: o do ex-governador do Acre Jorge Viana e o do deputado Henrique Fontana (RS).
Além de Marta, o PT indicou o secretário-geral do partido, Joaquim Soriano, para o Desenvolvimento Agrário. Comandado por Guilherme Cassel (PT), o ministério é a outra incógnita da reforma. Tanto pode ficar com o próprio Cassel como com Soriano ou com o deputado Pedro Eugênio (PE), apoiado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Ao que tudo indica, a tendência Movimento PT, do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), ficará fora da Esplanada. Inconformada, a deputada Maria do Rosário (RS), uma das vice-presidentes do partido, reclamou com Berzoini, mas de nada adiantou seu protesto. O Movimento PT estava de olho na Previdência e na vaga de Tarso.