Título: Polícia mais eficaz diminui número de prisões
Autor: Sant'Anna, Lourival
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/03/2007, Metrópole, p. C6

O número de detenções tem diminuído junto com a criminalidade no Estado de São Paulo. Graças a medidas de racionalização do trabalho da polícia, os homicídios dolosos caíram 57% entre 1999 e 2006; os latrocínios (assaltos seguidos de mortes), 43%; os roubos de veículos, 42%. Os seqüestros diminuíram de 127, no quarto trimestre de 2001, para 30, no mesmo período de 2006. Há seis anos, prendiam-se cerca de 10 mil pessoas por trimestre; hoje, prendem-se entre 6 mil e 7 mil. E isso sem que a produção da polícia tenha diminuído. Ao contrário: o número de revistas cresce ano a ano. De 117.455, em janeiro de 1999, saltou para 506.617, no mesmo mês de 2006. De 112.589 mandados de prisão recebidos em 2006, a polícia paulista cumpriu 103.946 (92%). A resolução dos homicídios de autoria desconhecida também deu um salto notável, de 21%, em 2001, para 65%, em 2005.

Em números absolutos, a população carcerária segue aumentando: continuam entrando mais presos do que saindo, sobretudo porque estão prendendo mais autores de crimes hediondos, cujas penas são maiores.

Entre 2000 e 2003, o número de presos aumentou de 59.867 para 99.026 - um crescimento de 65%. Nos três anos seguintes, a população carcerária subiu apenas 32%, chegando a 130.607 em 2006. A conclusão é que a maior eficácia da polícia, num primeiro momento, aumenta o número de prisões. Mas, num segundo momento, diminui esse número, como resultado precisamente do trabalho da polícia - que inibe o crime.