Título: Trevisan é o novo cotado para Desenvolvimento
Autor: Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/03/2007, Nacional, p. A5

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva até agora não conseguiu arranjar um nome para substituir o ministro Luiz Fernando Furlan no Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Lula já sondou sem sucesso o maior acionista da siderúrgica Gerdau, Jorge Gerdau, e o presidente da Embraer, Maurício Botelho. Na bolsa de apostas, agora, surgiu o nome do empresário e consultor de empresas Antoninho Marmo Trevisan, amigo pessoal do presidente.

A dificuldade de se encontrar um empresário disposto a assumir o cargo não tem explicação apenas na questão salarial, como fez supor Lula, na semana passada. Trata-se de uma pasta sem poder político que vive como um satélite do Ministério da Fazenda. Não tem autoridade, sequer, para indicar seu braço operador da política industrial, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Luiz Furlan tentou o comando do BNDES e não conseguiu. Passou os quatro anos do primeiro mandato exercitando o jogo de cintura com o Ministério da Fazenda para avançar nas medidas de interesse do setor privado, principalmente as relativas à desoneração de impostos.

De malas prontas para retornar à iniciativa privada, Furlan não quer continuar ministro. Promete ficar apenas por um mandato-tampão - ele espera o desfecho para até o fim de março.

O figurino para o cargo sugere ainda uma dose suficiente de paciência com a burocracia estatal, uma questão que não é tão simples. Outros ocupantes do cargo, como o banqueiro Alcides Tápias, no governo Fernando Henrique, não escondiam o desconforto com a lentidão do processo de decisão no governo.