Título: Acordo fracassa e base insiste em barrar CPI do Apagão Aéreo
Autor: Madueño, Denise
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/03/2007, Nacional, p. A6

A volta do caos aos aeroportos do País não alterou a disposição dos governistas de tentar impedir a instalação, na Câmara, da CPI do Apagão Aéreo, proposta por três partidos de oposição: PFL, PSDB e PPS. Os aliados do presidente Lula decidiram que vão tentar aprovar hoje, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), recurso do PT contra a CPI. O PT argumenta que não há um fato determinado para a instalação da comissão.

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não conseguiu realizar ontem sessões de votação, justamente por causa da dificuldade dos deputados de chegarem a Brasília por causa dos atrasos de vôo. A oposição manteve a tática de obstrução das votações depois que os governistas não aceitaram uma proposta de acordo.

Pelo acordo, a oposição suspenderia a obstrução em troca de a CCJ adiar a votação do recurso e de Chinaglia responder de forma rápida ao requerimento de informações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello. Ele aguarda resposta de Chinaglia para decidir se determina a instalação da CPI do Apagão Aéreo.

O requerimento do ministro chegou ontem às 16 horas à Câmara e Chinaglia não soube prever quando tempo sua assessoria jurídica levará para dar as respostas. Ele tem prazo de 10 dias. ¿Será realizado trabalho bem-feito para responder com toda a precisão¿, disse Chinaglia.

O líder do governo, José Múcio Monteiro (PTB-PE), afirmou que o adiamento da decisão da CCJ poderia parecer que os governistas não acreditam no que defendem. ¿Daremos continuidade a um processo que começamos na CCJ. Depois de votar na comissão, podemos conversar no plenário¿, afirmou, anunciando o fracasso do acordo. ¿Estamos pintados para a guerra¿, avisou o líder do PFL, Onix Lorenzoni (RS).