Título: Aécio diz que estará no PSDB em 2010
Autor: Marchi, Carlos
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/03/2007, Nacional, p. A8

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, afirmou ontem que quer participar do jogo político na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas descartou que possa sair do PSDB para ser candidato à Presidência. ¿Estou muito confortável no PSDB¿, disse, depois de fazer palestra com traços de comício para 300 empresários filiados à Lide (Grupo de Líderes Empresariais), a quem explicou o que chama de choque de gestão em Minas. ¿Trazer 2010 para agora é um equívoco¿, afirmou, ao pregar que o candidato tucano deve se firmar ¿com naturalidade¿.

Sem citá-los, Aécio distribuiu críticas ao governo e a Lula. O presidente planeja pedir trégua à oposição - e o governador mineiro seria um de seus alvos -, com o objetivo de criar condições políticas para governar em clima de pouca tensão. Mas as declarações de Aécio ontem não foram as de quem procura aproximação. Num recado indireto, ele disse, por exemplo, que não existe política sem ética: ¿Quando não há ética, deixa de ser política.¿ Depois, condenou a forma de fazer a reforma ministerial: ¿Infelizmente, estamos voltando aos tristes métodos de montar governos.¿

SUGESTÃO

Adiante, deu, a pedidos, uma sugestão a Lula: ¿Governe para os brasileiros, não para os partidos da base.¿ Lembrou com nostalgia o avô Tancredo Neves. ¿Tem faltado arte na política.¿

Depois bateu no baixo crescimento da economia. ¿Assistimos à velocidade supersônica do crescimento mundial enquanto caminhamos a passos de cágado¿, afirmou. Ele condenou os gastos crescentes do governo Lula e lembrou que Minas só dá aumentos ao funcionalismo público por desempenho medido.

A crítica seguinte foi à concentração de tributos na União. ¿Estamos a caminho de viver num Estado unitário¿, queixou-se. Por fim, sempre insinuando uma comparação com a administração federal, disse que em Minas os gestores só são nomeados depois de certificados pela universidade federal. ¿Há muita condescendência com a fragilidade da gestão pública. Se tiver metas, estratégia e pessoal qualificado, o setor público pode alcançar resultados expressivos em pouco tempo¿, afirmou o governador mineiro.