Título: Opep descarta reduzir produção
Autor: Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/03/2007, Economia, p. B8
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) anunciou ontem, após encontro em Viena, onde fica a sede da entidade, um acordo para manter a produção atual de petróleo do grupo inalterada. A organização informou ainda que pode se reunir novamente em junho para avaliar as condições do mercado. ¿A decisão formal foi de manter as cotas de produção, como esperado¿, disse Abdullah al-Badri, secretário-geral da Opep. ¿Foi isso com que todos os ministros concordaram.¿
No comunicado divulgado ao fim da reunião, a Opep afirmou que ¿os indicadores mostram claramente que o mercado permanece bem abastecido de petróleo e as reservas dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) são saudáveis¿.
A Opep concordou com a difusão de novas estimativas da organização sobre demanda mundial de petróleo, com crescimento previsto de 1,5% neste ano, ou 1,3 milhão de barris diários em relação a 2006. Esse cálculo representa uma revisão para cima de 100 mil barris, em comparação com as estimativas feitas há um mês, dizendo que a demanda global subiria para 85,48 milhões de barris diários.
Os analistas prevêem que a demanda pelo petróleo da Opep ficará estável neste ano, em 30,4 milhões de barris diários, nível similar ao de 2006. Michael Fitzpatrick, analista da corretora Fimat, estima que os cálculos deveriam dar confiança a potenciais compradores nos mercados petrolíferos e diminuir inquietações sobre um arrefecimento da economia global.
Em vez de reduzir ainda mais a produção neste momento, os ministros enfatizaram seu desejo de maior obediência aos cortes já existentes. Em reuniões em Doha, no Catar, em outubro, e em Abuja, na Nigéria, em dezembro, o cartel concordou em reduzir 1,7 milhão de barris por dia dos mercados, visando a aumentar os preços então decrescentes do combustível.
O preço do Petróleo Intermediário do Texas (WTI, do tipo leve) caiu 1% ontem. No encerramento do pregão da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os contratos do WTI para abril ficaram a US$ 57,55 por barril (159 litros), com recuo de US$ 0,61 em relação a quarta-feira. Os contratos com vencimentos próximos não fechavam nesses níveis desde 1º de fevereiro, quando encerraram a US$ 57,30.