Título: Brasil recebe Bush, mas adverte que não se distanciará de Chávez
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/03/2007, Nacional, p. A4

Depois de o presidente George W. Bush ter feito críticas abertas ao presidente Hugo Chávez, o governo brasileiro fez questão de reafirmar que a aproximação dos Estados Unidos não significará distanciamento da Venezuela. O País ¿não tem relações excludentes¿, disse ontem a ministra Dilma Rousseff, num claro recado à Casa Branca. Na véspera, Bush havia dito ao Estado e a outros quatro jornais latino-americanos que o estatismo de Chávez só trará miséria à região. Ontem, o subsecretário Thomas Shannon acusou o venezuelano de ¿comprar favores¿.

Bush inicia hoje, por São Paulo, um giro por cinco países visando a combater a influência crescente do presidente da Venezuela. Antes de deixar os EUA, o presidente americano anunciou pacote de medidas assistencialistas que inclui financiamento para moradias populares e envio de um navio-hospital à região.

No Brasil, a agenda de Bush tem ainda outro foco: iniciar parceria para produção de etanol em escala continental, criando uma barreira econômica a Chávez e seu petróleo, ao mesmo tempo em que diminui a dependência do Oriente Médio. Mas a sobretaxa nas exportações aos EUA promete contrapor Lula e Bush.

Para o paulistano, a visita traz dois dias difíceis. O esquema de segurança inclui a interdição de vias até para pedestres e a proibição de aeronaves num raio de 5 quilômetros em torno do local onde estiver o presidente mais poderoso do mundo.