Título: Alagoas pede ajuda à União contra seqüestro de juízes
Autor: Rodrigues, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/03/2007, Nacional, p. A11

O governador Teotonio Vilela Filho solicitou ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a participação da Polícia Federal em uma operação integrada das Polícias Civil e Militar de Alagoas, para combater uma nova onda de violência no Estado, patrocinada pelo crime organizado. Os detalhes da cooperação devem ser definidos durante encontro marcado para hoje, em Brasília, entre Vilela e Bastos.

O governador evita falar em intervenção federal na segurança pública do Estado. Em princípio, a operação terá a participação da PF, mas o comando ficará com o Estado, nas mãos do secretário de Defesa Social, general da reserva Edson Sá Rocha. A força-tarefa terá como objetivo combater as execuções de pessoas,seqüestros de autoridades e outras ações do crime organizado em Alagoas.

Em Brasília, Teotonio também terá audiência com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e com o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, a fim de assegurar maior participação de Alagoas nos programas do governo federal.

Pela manhã, o general Sá Rocha defendeu ¿um tratamento de choque¿ contra a violência no Estado. No encontro com Bastos, Teotonio levará várias reivindicações feitas pelo secretário, desde novos equipamentos até o aumento do número de agentes federais em Alagoas.

SEQÜESTROS

Na escalada de violência no Estado, foi seqüestrado na noite de domingo o presidente da Associação de Magistrados de Alagoas (Almagis), juiz Paulo Zacarias, quando ele saía de uma igreja batista, em Maceió. O carro Corolla que ele dirigia, e onde os seqüestradores o levaram, foi encontrado carbonizado, na manhã de segunda-feira. Zacarias continua desaparecido.

O genro do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Fernandes de Hollanda Ferreira, sofreu um ¿seqüestro relâmpago¿, na tarde de segunda-feira, mas foi resgatado pela polícia no mesmo dia. A família prefere não comentar o episódio.

Indagado sobre a possibilidade de o seqüestro do juiz Zacarias ter conotação política ou ter sido realizado para desestabilizá-lo, Sá Rocha disse: ¿São linhas de investigação que a polícia está analisando. ¿