Título: Interesse da PDVSA foi estímulo para o negócio
Autor: Brito, Agnaldo e Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/03/2007, Economia, p. B3

presidente da Petrobrás Distribuidora, Maria das Graças Silva Foster, admitiu ontem que o possível interesse da estatal venezuelana PDVSA pelo mercado brasileiro ajudou a estatal a se decidir pela compra de postos de gasolina da Ipiranga nas regiões Norte e Nordeste.

¿A negociação foi complexa e envolveu uma série de particularidades, entre elas preservar o nosso mercado, já que os nossos resultados são feitos na base de centavos¿, disse Graça, lembrando que o País vem sofrendo de competição desleal nas região das fronteiras.

¿A preocupação não é só com a PDVSA, mas com qualquer outra importação de combustíveis de qualquer origem¿, completou a executiva, que participou ontem de entrevista no Rio para explicar a nova estratégia da estatal no setor de distribuição. A Petrobrás fica agora com 38,8% do mercado nacional, informou o diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa. Mas, em alguns mercados, notadamente no Centro-Oeste e no Nordeste, a fatia vai ultrapassar os 41%.

Costa disse não temer problemas com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). ¿Se olhar um ou outro combustível ou, então, focar em determinados municípios, pode ser que tenhamos uma participação muito grande. Mas, se for olhar de uma maneira global, mais de metade do mercado é abastecido por outras empresas¿, justificou. O Grupo Ultra, parceiro da Petrobrás e da Braskem na compra da Ipiranga, estréia no setor de distribuição já em segundo lugar, com 15% das vendas.

¿Não é a segunda que preocupa, mas a pulverização do mercado em distribuidores menores, que usam estratégias desleais de competição. Para nós, é interessante que haja bandeiras fortes no mercado.¿