Título: Bernardo rebate críticas do IIF
Autor: Brandão Junior, Nilson
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/03/2007, Economia, p. B10

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, respondeu ontem às criticas do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) sobre a economia latino-americana e brasileira e classificou o relatório do instituto como uma ¿espécie de simpatia, de reza¿, pelo caráter ¿repetitivo¿ dos argumentos. Segundo Bernardo, o relatório, que aponta falhas na economia do País e no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), não passa de uma ¿critica desqualificada¿ de quem está distante da realidade brasileira.

¿Esse tipo de crítica é uma repetição quase exaustiva de conceitos já ultrapassados. Eles precisam se debruçar mais sobre a realidade brasileira antes de produzir esse tipo de relatório¿, disse Bernardo, na noite de segunda-feira, no dia seguinte à divulgação do documento.

A avaliação do diretor-gerente do IIF, Charles Dallara, de que o Estado brasileiro está excessivamente presente na economia brasileira, irritou o ministro, que negou a afirmação e disse ser necessário o aumento da presença estatal em alguns setores e sua diminuição em outros. ¿É uma crítica interessada em nos carimbar como estatistas. Se o Estado brasileiro praticou alguma intrusão na economia, isso ocorreu antes do governo Lula.¿

¿Estamos trabalhando para adequar o Estado às necessidades do povo brasileiro. Isso significa que em algumas áreas vamos aumentar sua presença e, em outras,diminuir. Na educação, por exemplo, pretendemos aumentar.¿ Segundo Bernardo, o IIF não levou em consideração, por exemplo, que apenas R$ 68 bilhões do orçamento serão utilizados para tocar projetos do PAC - o restante virá de estatais e da iniciativa privada. ¿Não somos estatistas. Temos interesse que a iniciativa privada aumente seu espaço.¿

Para o IIF, a melhor forma de diminuir a presença estatal na economia do País seria realizando uma reforma tributária que permitisse uma queda sustentada da carga de impostos.