Título: Bernardo defende 'reputação' do IBGE
Autor: Pereira, Renée
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/03/2007, Economia, p. B5
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, rebateu as críticas da oposição à nova metodologia de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro afirmou que é preciso ser 'muito sério' ao tratar esse assunto 'porque o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é um instituto de reputação internacional consagrada'.
Ele ressaltou que, como qualquer outra instituição de pesquisa, o IBGE está sujeito a críticas, mas que essas mesmas críticas devem ser feitas igualmente por quem tem credibilidade e respeitabilidade técnica para fazê-las. 'Se for para fazer gracinha, tudo bem. Mas vai ser só uma boa piada', disse o ministro, ao ressaltar que houve uma avaliação unânime de acadêmicos e institutos de que a modificação da metodologia foi boa.
Anteontem, o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), disse que a revisão dos números era 'suspeita'. O líder do PPS, deputado Fernando Coruja (SC), afirmou que a mudança de metodologia do IBGE visava a 'escamotear a realidade do País'.
Paulo Bernardo disse também que o IBGE não vai submeter a sua nova metodologia à avaliação técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI). 'O IBGE não é subordinado ao FMI e não tem de dar essa satisfação', afirmou, acrescentando que os critérios adotados pelo instituto são internacionalmente reconhecidos. 'Não dá para ter um debate à base de pilhérias', disse ele, depois de participar de um debate na Câmara dos Deputados.
O ministro ainda rebateu dúvidas apresentadas pela imprensa sobre a incorporação do mercado informal no novo cálculo do PIB. Ele frisou que ninguém afirmou que essa iniciativa afeta a credibilidade da metodologia. Bernardo lembrou ainda que o IBGE debateu esse tema em mais de 500 seminários e discussões com institutos de pesquisa e que seu presidente, Eduardo Nunes, está à disposição da sociedade e do Congresso para fazer esclarecimentos.
FOGO CRUZADO
Paulo Bernardo Ministro do Planejamento
'Se for para fazer gracinha, tudo bem. Mas será só uma piada'
Fernando Coruja Líder do PPS na Câmara
'A mudança visa a escamotear a realidade do País'
Antonio Carlos Pannunzio Líder do PSDB na Câmara
'A revisão é suspeita'