Título: No exterior, visões diferentes sobre a turbulência
Autor: Modé, Leandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/03/2007, Economia, p. B4

Após breve período de otimismo, o economista-chefe do banco Morgan Stanley, Stephen Roach, mudou de opinião e retomou o pessimismo com a economia mundial. 'Um novo nível de complacência se estabeleceu', disse, em relatório enviado a clientes. 'Não é apenas uma coisa do mercado financeiro, como spreads extremamente apertados nos ativos de risco e forte redução na volatilidade nos principais mercados acionários e de bônus. É também um crescimento excessivo da atitude cavalheiresca das autoridades.'

Nouriel Roubini, professor da Economia da Stern School of Business, também manteve seu tom usualmente pessimista. Segundo ele, os EUA caminham para um hard landing (pouso forçado) e uma recessão 'tão logo quanto no segundo trimestre deste ano'. Roubini reiterou sua opinião de que o setor imobiliário americano não está se recuperando e acrescentou que os problemas no setor subprime (crédito hipotecário de maior risco) são contagiosos e que os consumidores estão próximos de um ponto sem retorno.

Em São Paulo, o megainvestidor em mercados emergentes e diretor-executivo da Franklin Templeton, Mark Mobius, disse que vê uma continuidade na correção dos mercados acionários da Ásia e uma possível extensão desse movimento pelos próximos dois a três meses. Mesmo assim, não parece preocupado. 'Quando temos um 'bull market' (mercado em alta), em algum momento há uma correção e isso está acontecendo agora', disse. Ele veio ao Brasil para a inaugurar a operação local da empresa.