Título: IBGE revisa o PIB e Brasil sobe no ranking mundial
Autor: Brandão Junior, Nilson
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/03/2007, Economia, p. B1

O Produto Interno Bruto (PIB) ficou 10,9% maior e ultrapassou mais uma barreira, chegando a R$ 2,148 trilhões em 2005, com o novo cálculo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A nova metodologia também revelou que o crescimento do PIB nos últimos anos foi maior do que o divulgado anteriormente. Isso elevou o crescimento médio do País, no governo Lula, dos 2,6% para 3,1%. A base são as taxas recalculadas de 2003 a 2005 e a preliminar para 2006, que será revisada semana que vem.

Em 2004, quando teve o melhor desempenho da economia, a variação do PIB chegou a quase 6%, ficando na média dos países emergentes, da qual o Brasil havia de descolado para baixo. Como os novos valores, o PIB brasileiro passou da 11ª para a 10ª posição mundial, ultrapassando a Coréia do Sul, conforme levantamento feito pela consultoria Austin Rating.

Na comparação com outros governos, Lula está com o sétimo pior desempenho histórico. Antes empatava com o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, na sexta colocação, conforme levantamento do economista Reinaldo Gonçalves, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 'De fato o crescimento e Lula foi maior que o do Fernando Henrique, mas os dois desempenhos foram medíocres, principalmente num contexto internacional favorável', afirmou.

A reavaliação foi feita pelo IBGE com o uso de novos dados de pesquisas feitas a partir de 2000 e ajustes metodológicos. Com isso, o crescimento do País em 2003 mais que duplicou (de 0,5% para 1,1%) e chegou a 5,7% em 2004 (a taxa anterior era de 4,9%). 'Os novos indicadores revelam a mesma tendência da economia. O que muda é a magnitude', diz o presidente do IBGE, Eduardo Nunes.

As novas contas têm 2000 como ano-base. Para montar uma série histórica, o IBGE recalculou os dados a partir de 1995, usando outros pesos dos setores e mudanças metodológicas que podiam se transportadas para os anos anteriores.

Em quatro dos cinco anos, entre1996 e 2000, as novas taxas de crescimento foram inferiores às da série antiga. Assim, as médias do primeiro mandato de FHC caíram e as do segundo, subiram. Na média dos oito anos, segundo Gonçalves, a média anual ficou igual, de 2,3%.