Título: PFL muda de nome e lança Kassab para 2008
Autor: Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/03/2007, Nacional, p. A12

Pefelistas de todo o Brasil se reuniram ontem no Senado e rebatizaram o PFL, adotando o nome Democratas e a sigla DEM. Mal promoveu a mudança, a sigla já ensaia uma briga com o PSDB pela Prefeitura de São Paulo.

Enquanto o recém-eleito presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), e outros dirigentes saíam em defesa da reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM), a cúpula tucana lançava o nome do ex-governador Geraldo Alckmin para a corrida municipal no ano que vem.

¿A candidatura de Alckmin é um caminho quase natural e de expectativa do partido¿, disse o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).

¿Não existe nenhum canal umbilical que nos ligue ao PSDB¿, observou o ex-senador Jorge Bornhausen (DEM), certo de que o candidato natural é Kassab e ele não abrirá mão da reeleição, mesmo que Alckmin saia candidato.

O PSDB ofereceu ontem um jantar a Alckmin. Também foram convidados o governador de São Paulo, José Serra, e as bancadas tucanas na Câmara e no Senado.

Tasso salientou que o PSDB quer disputar a prefeitura em uma coligação com o DEM. ¿Seria importante termos uma aliança¿, afirmou o senador, ao destacar que, a seu ver, o PFL ainda não tinha uma posição fechada sobre o lançamento da candidatura à reeleição do atual prefeito paulistano.

¿Cada partido tem que ter seu projeto de poder. Vamos construir o nosso¿, contestou Maia, mostrando que o DEM nasce mais distante do PSDB do que a sigla anterior. E fez questão de lembrar que, quando o PFL lançou a senadora Roseana Sarney (MA) na corrida presidencial de 2002, foram os tucanos ¿que destruíram a candidatura¿.

SIMBOLISMO

Na mesma linha, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PFL), deixou claro que a proximidade entre o PSDB e o DEM dependerá muito do comportamento eleitoral dos tucanos nas eleições municipais do ano que vem. ¿Isso passa por São Paulo, que é simbólico, pois o prefeito Gilberto Kassab é o candidato natural à reeleição¿, afirmou.

O governador lembrou ter apoiado Alckmin para presidente e, mesmo assim, teve de enfrentar, na disputa pelo governo do Distrito Federal, a tucana Maria de Lurdes Abadia. ¿O que pode unir PSDB e Democratas, em 2010, são as boas alianças que construirmos em 2008¿, concluiu Arruda.

Kassab, no entanto, observou que é muito cedo para falar em eleição municipal e destacou que a aliança entre o DEM e os tucanos em São Paulo ¿é muito sólida e consistente¿.

O prefeito insistiu em que a eleição de 2008 não está em pauta e disse que pode, ou não, ser candidato. E completou: ¿Ficaria muito contente se essa aliança tiver como candidato à Presidência, em 2010, o governador José Serra.¿