Título: 'Crise não tem dia para acabar', diz brigadeiro
Autor: Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/03/2007, Metrópole, p. C4
Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter cobrado o dia e a hora para que o apagão aéreo chegue ao fim, o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, disse ontem que ¿é impossível¿ fazer uma previsão desse tipo. ¿É uma previsão difícil de fazer, de dizer, dia 27, terça-feira, 10 horas, vai estar tudo concluído, tudo certinho. Isso aí é impossível de se prever.¿ Ele ressalvou que, com as medidas que serão tomadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Aeronáutica e Infraero, ¿muita coisa será amenizada em curtíssimo prazo¿. As declarações do brigadeiro foram feitas na saída do Palácio do Planalto, após reunião, com o presidente Lula, em que a Gol anunciou a compra da Varig.
O brigadeiro José Carlos citou que, no caso da Infraero, as suas prioridades são os aeroportos de São Paulo, Congonhas e Guarulhos. ¿Queremos pressa absoluta na conclusão dos trabalhos, pista, equipamentos, navegação e auxílio. Temos também que completar a instalação de três equipamentos VOR, que são vitais para a navegação aérea¿, declarou.
Amanhã será realizada uma reunião às 10 horas, na Defesa, quando serão apresentados os diagnósticos preliminares da Infraero, Aeronáutica e Anac. No encontro, cada área apresentará o soluções para crise.
Mas uma medida que poderá ajudar a deflagrar o processo de desmilitarização também será apresentada por Pereira na reunião de amanhã: que todos os controladores de nível 1, de 22 aeroportos menores, passem a ser da Infraero. Com isso, 1.500 controladores militares seriam liberados para voltar para a FAB.
As outras prioridades da Infraero são Galeão, onde é necessário recuperar rapidamente as luzes de aproximação, ILS, balizamento, e Curitiba - melhorias no ILS.
Controladores de vôo civis poderão fazer uma assembléia para discutir greve, no Rio, na próxima segunda-feira. Os controladores civis do grupo Dacta são apenas 220 no Brasil, mas representam 40% do efetivo do Galeão. Eles querem a desmilitarização do setor.