Título: Serviços puxam revisão do PIB
Autor: Brandão Junior, Nilson
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/03/2007, Economia, p. B3

Três atividades, que respondem por 47,9% do setor de serviços, foram as principais responsáveis pelo forte ajuste no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da série antiga para a nova: financeiros, administração pública e aluguéis. Segundo analistas, o PIB não captava bem o aumento de consumo via serviços porque estimava mal algumas atividades.

Só o consumo privado e do governo contribuiu com 3,3 pontos porcentuais para o crescimento de 3,7% do PIB de 2006, conforme a MB Associados. A contribuição dos investimentos foi de 1,8 ponto porcentual; das exportações, 0,7 ponto; e da importação, -2,1 ponto (dado negativo, pois se trata de riqueza produzida em outro país).

'O crescimento está mais sensível ao mercado interno', diz o economista da Corretora Convenção, Fernando Montero, lembrando que, pela ótica da demanda, a maior contribuição par o crescimento veio do consumo das famílias e do governo.

O PIB pode ser visto de duas formas. A ótica da oferta, que inclui os setores produtivos (serviços, indústria e agropecuária), e a da demanda, que engloba quem consome (famílias, governo, investimento, exportações e importações).

'Na ótica da oferta, o maior impacto foi dos serviços, que tem a ver com o consumo. Cerca de 97% da demanda final dos serviços é para consumo das famílias. São imagens que se espelham', prossegue Montero. Isso ocorre porque a maior parte dos serviços produzidos é consumida internamente - a parcela exportada ainda é muito pequena.

Com os ajustes, a expansão dos serviços financeiros mais que duplicou no ano passado. Na série antiga, o crescimento era de 2,6%; na nova, de 6,1%.

A diferença ocorre porque até então o IBGE considerava que esse item acompanhava a evolução da economia e agora usa um indicador que leva em conta tarifas de serviços bancários e a diferença entre juros pagos e recebidos nas instituições financeiras.