Título: Brasil é lanterna em crescimento, diz OCDE
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/04/2007, Economia, p. B6

Há 15 anos, a economia brasileira não consegue acompanhar o ritmo de crescimento de países como China, Rússia, Índia, África do Sul e México. É o que mostra um levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com as 35 maiores economias do mundo. O trabalho mostra que, desde o início dos anos 90, o crescimento médio anual brasileiro foi de 2,9%.

A taxa é pouco superior à média dos países ricos, que tradicionalmente crescem a um porcentual menor que os emergentes. Entre 1992 e 2005, a expansão média do Produto Interno Bruto (PIB) das economias desenvolvidas foi de 2,6%.

Enquanto Coréia e Irlanda apresentaram aumentos de mais de 5% por ano, em média, em suas economias, outras, como Alemanha, França, Itália e Japão, cresceram menos de 2%.

O Brasil ficou atrás de todos os emergentes avaliados pela OCDE. A China teve crescimento médio de 9,7%, seguida pela Índia, com 6,5%, Rússia e Turquia, com 3,8%, México, com 3,1% e África do Sul, com 3%.

O Brasil chegou a ter anos de crescimento elevado, como 1994, quando registrou alta de 5,9%. Mas, em média, teve um desempenho nos últimos 15 anos inferior ao de Reino Unido, Espanha, Noruega, Grécia e Estados Unidos, com 3,2%.

Um dos fatores considerados problemáticos no País é o nível de investimentos em formação de capital, seja na compra de máquinas e equipamentos, seja na construção de novas instalações para fábricas.

No geral, os investimentos nessa área representam 21% do PIB nos países ricos. No Brasil, a taxa foi de 19,9% em 2005, contra 43% na China, 27% na Irlanda e 29% na Espanha. O que também preocupa a OCDE é que a taxa brasileira tem se mantido inalterada desde 1992.

No que se refere aos investimentos externos, o País foi o 12ª maior destino de recursos estrangeiros entre 2003 e 2005. No ranking, os EUA são os primeiros, seguidos por Reino Unido e China. Os investimentos foram de US$ 10 bilhões em 2003, US$ 18 bilhões em 2004 e US$ 15 bilhões em 2005. Os valores são bem superiores aos de 1992, quando o País recebeu US$ 2 bilhões. Mas longe dos US$ 32 bilhões de 2000.

No total, os estoques de investimentos estrangeiros no Brasil até 2005 somaram US$ 180 bilhões, contra US$ 536 bilhões na China e US$ 6,7 trilhões nos países ricos.