Título: Oposição vai ao STF para apressar CPI
Autor: Gallucci, Mariângela e Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/04/2007, Nacional, p. A9

Em reação ao apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que os aliados evitem a instalação da CPI do Apagão Aéreo, deputados de oposição foram ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir rapidez no julgamento da ação que pode determinar a criação da CPI. Após encontro com o presidente interino do STF, Gilmar Mendes, os congressistas disseram que a ação pode ser julgada na semana que vem, mas no tribunal isso é considerado impossível.

Antes do julgamento, é preciso que seja publicado na imprensa oficial o despacho do ministro Celso de Mello determinando o desarquivamento do requerimento para criação da CPI. Em seguida, o processo terá de ser enviado para o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que dará parecer sobre o caso, e voltar ao STF para voto do ministro relator, Celso de Mello. A expectativa é de que o plenário do Supremo determinará a instalação da CPI.

O líder do DEM, deputado Onyx Lorenzoni (RS), disse após encontro com Mendes que a oposição analisa alternativas para o caso de o STF não determinar a instalação da CPI. Entre elas estariam a criação de uma CPI mista ou só de senadores. ¿São caminhos que estão abertos¿, afirmou. ¿Vamos buscar alternativas que permitam ao Parlamento brasileiro enfrentar a questão e poder ajudar a resolver o problema.¿ Mas avisou que o partido vai manter a obstrução da pauta da Câmara.

Já os líderes da base aliada foram instruídos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a montar uma ofensiva para tirar a CPI do Apagão da agenda. A idéia foi discutida ontem, em reunião do Conselho Político com o presidente, e a ordem é evitar qualquer menção ao tema. ¿Tem de tirar esse assunto da pauta¿, resumiu o vice-líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). ¿Precisamos é de uma solução para o problema dos controladores de vôo, e não de um conflito político, de um enfrentamento entre governo e oposição numa CPI.¿